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23Número de Fãs

Nascimento: 21 de Agosto de 1945 (61 years)

Falecimento: 8 de Novembro de 2006

Kansas City - Estados Unidos da América

Basil Poledouris (nascido a 21 de Agosto de 1945 em Kansas City, USA) freqüentou a prestigiada Escola de Cinema da USC, na mesma época que George Lucas, Randall Kleiser e John Milius. Poledouris foi aluno de David Raksin, último dos compositores da era dourada de Hollywood ainda vivos. Quando formou-se na USC, ele já havia ganho a reputação de ser capaz não apenas de fazer filmes, mas também de compor sua trilha sonora. Isto o levou a ser convidado por seu ex-colega John Milius, que mais tarde se destacaria ao escrever o roteiro de Apocalypse Now, para compor o score do "surf-movie" Big Wednesday. A experiência foi tão gratificante que, a partir daí, Poledouris deixou de lado a intenção de ser um diretor, dedicando-se exclusivamente à música para cinema. Suas melodias embalaram o emocionante sucesso ecológico Free Willy, seu score poderoso intensificou o suspense de A Caçada ao Outubro Vermelho, e conduziu a ação de RoboCop, sua segunda associação com o diretor holandês Paul Verhoeven. Sua música também está em comédias como Top Gang 2: A Missão.

Seu longo relacionamento com o diretor Milius continuou produzindo trilhas distintas: para o épico de espada e magia Conan, O Bárbaro (sua obra-prima), a aventura de invasão soviética Red Dawn e a saga de Farewell To The King. A versatilidade do compositor faz com que ele domine amplamente tanto a orquestra sinfônica (como em Conan e A Lagoa Azul) como a música eletrônica, não raras vezes mesclando ambos os estilos. A trilha de Poledouris para o aclamado western feito para a TV Lonesome Dove foi aplaudida pelos críticos por seu estilo puramente americano, sem recorrer aos clichês tão comuns ao gênero. Merecidamente, ganhou um Emmy Award por seu trabalho. Desde o início de sua carreira, foram 55 trilhas para cinema e TV.

Mas um dos maiores desafios de Poledouris chegou em 1997: retomar a colaboração com Paul Verhoeven, iniciada com Conquista Sangrenta, agora em um violento épico de ficção-científica recheado de efeitos visuais e sonoros: Tropas Estelares (Starship Troopers). O filme baseia-se em um livro de Robert Heinlein, o qual narra as aventuras de fuzileiros espaciais e suas sangrentas batalhas contra insetos alienígenas, enquanto mostra um futuro dominado por um regime totalitário e seus governantes fascistas. O filme centraliza-se mais no envolvimento romântico do herói Johnny Rico e nas seqüências de ação, diluindo a obra original. Segundo alguns críticos, ao exaltar as façanhas heróicas dos soldados, Verhoeven teria feito propaganda subliminar do regime nazista: por exemplo, os oficiais utilizam uniformes nitidamente inspirados na SS alemã. Propaganda subliminar ou crítica aos regimes totalitários, o certo é que desde o início ficou claro o tipo de música requerida pelo filme. Segundo o próprio autor, desde a composição dos primeiros acordes ao piano, até a gravação com a orquestra nos estúdios da Sony, foi preciso muito trabalho duro e orientações do diretor. O resultado final é uma música que não possui muita continuidade temática, com uso intenso de metais graves e percussão em vários níveis. Há temas, mas este não é um filme comum, no qual toda a vez que os soldados da Infantaria Móvel aparecem ouve-se o "Tema da Infantaria".

Os temas de Tropas são mais genéricos, e em vez de serem repetidos eles surgem em variações. Para a Infantaria Móvel Poledouris compôs um motivo marcial ouvido principalmente em "Klendathu Drop" e "Destruction of Roger Young", que enaltece as virtudes do heroísmo e camaradagem, no estilo do que seria ouvido em um filme de guerra dos anos 40. Também há temas dedicados aos insetos invasores ("Bugs"), percussivos e viscerais, representando criaturas cujo único objetivo aparente é simplesmente destruir outras raças. Igualmente há música dedicada à Rede Federal ("Fed Net March", "They Will Win"), encorajadora e militar, que acompanha as transmissões da mídia oficial que cobre os combates. A maior parte da trilha é música de ação, com uns poucos momentos para harmonias românticas ("Punishment", "Asteroid Grazing", "Dizzy´s Funeral") e suspense ("Hopper Canyon"). Realçando a visão ambígua do filme, o score encerra-se delineando perfeitamente a histeria dos tempos de guerra: um brilhante chamado às armas composto para um filme de recrutamento do governo, porém com tons secundários que demonstram existir uma ameaça ainda maior que a dos insetos. "Cada música deste filme é como um tema principal, porque a visão de Paul (Verhoeven) é única, cada cena leva você a um lugar diferente", explica Poledouris.

O álbum lançado pela Varèse Sarabande (VSD-5877, 36 minutos) é uma curta porém coesa representação da trilha de Tropas Estelares. Curta porque o compositor, devido aos atrasos no lançamento do filme, ocasionados pelos complicados efeitos especiais, teve tempo de sobra para compor e gravar uma grande quantidade de música. Coesa porque os principais momentos musicais do filme estão presentes, bem distribuídos em pouco mais de meia hora de duração. Se ela não nos fornece um tema forte para sairmos assobiando de dentro do cinema (à la Indiana Jones), no CD ouvimos uma música vibrante e militarista, com exuberante energia e criatividade. A curiosidade fica por conta da canção "Into It", composta e interpretada pela filha de Poledouris, Zöe, que no filme é ouvida na festa de formatura dos cadetes. Apesar do filme não ter alcançado o sucesso almejado, é provável que daqui a algum tempo seja lançada uma versão expandida do CD.

Há alguns anos a revista Film Score Monthly lançou o vídeo "Basil Poledouris: His Life and Music". Na fita VHS (NTSC), com uns 50 minutos de duração, sabemos um pouco mais sobre a vida e obra de Poledouris, e seu trabalho específico em Tropas Estelares. Poledouris faleceu prematuramente aos 61 anos, no dia 08/11/2006, vítima de câncer. Sua última aparição pública ocorreu no Congresso de Música de Cinema ÚBEDA 2006, ocorrido em julho de 2006 na Espanha.

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