À Procura

À Procura conta a história do sequestro de uma garota de nove anos que é mantida em um cativeiro durante anos e é usada para atrair novas vítimas. O suspense e mistério que essa trama poderia oferecer são desperdiçados numa narrativa fragmentada mal utilizada e com um desfecho previsível.

Dirigido por Atom Egoyan e roteiro escrito por ele e David Fraser, o filme mostra Matthew (Ryan Reinolds) voltando para casa com sua filha Cassandra (Peyton Kennedy) quando param rapidamente em uma loja. Nessa breve parada, enquanto Matthew está na loja, Cassandra permanece no carro e é sequestrada. Começa, então, uma jornada de oito anos em busca da garota.

Enquanto assistia ao filme, eu tinha a sensação de já ter visto as mesmas atitudes dos personagens, implicações e desfechos que são utilizados em outros filmes que envolvem sequestros. Egoyan poderia ter aproveitado seu roteiro de uma forma muito mais interessante abordando a lavagem cerebral que Cassandra recebe durante o tempo que fica no cativeiro, suas consequências e a formação psicológica e moral dela como adulta. Em vez disso, o diretor optou pelo caminho comum tentando criar um mistério em relação aos sequestradores e usa o pai e a polícia para caçá-los no terceiro ato do filme. Nem mesmo as repercussões pelo envolvimento da polícia no caso e o pais que lutam para manter o casamento conseguem tornar a história interessante. Dessa forma, ele falha em diversos sentidos, pois torna tudo previsível e sem graça.

A bonita fotografia da cidade de Ontario, Canadá, durante o inverno, é fria como o suspense que Egoyan tenta imprimir no filme através da narrativa fragmentada que mostra os anos entre o sequestro e o presente. Reinolds e Mireille Einos apresentam boas interpretações como pais desesperados e atormentados pelo desaparecimento da filha, assim como Rosario Dawson e Scott Speedman como os policiais responsáveis pelo caso. No entanto, os personagens rasos e superficiais, assim como vilão da história Mika (Kevin Durand), não dão a força necessária para tornar o filme mais agradável e despertar o real interesse do espectador pela história.

Depois que o mistério é revelado, ou que nós desvendamos a trama, o que sobra é dispensável. Ainda que apresente algumas cenas bem construídas – o sequestro de Cassandra -, À Procura é uma oportunidade perdida para explorar a relação vítima e predador de um modo diferente, abordando um assunto delicado como a pedofilia.

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