Título original: Entre les murs

Título em inglês: The class

País: França

Duração: 2 h e 08 min

Gênero: Drama

Elenco Principal: François Bégaudeau, Agame Malembo-Emene, Angélica Sancio

Diretor: Laurent Cantet

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1068646/

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A sinopse do filme em destaque, retirada da internet e com adaptações, é a seguinte: “François e seus demais amigos professores se preparam para enfrentar mais um novo ano letivo. Tudo seria normal se a escola não estivesse localizada em um bairro cheio de conflitos. Os mestres têm boas intenções e desejo de oferecer uma boa educação a seus alunos, mas, por causa das diferenças culturais que são observadas no corpo discente da escola – microcosmo da França contemporânea -, esses jovens podem acabar com todo o entusiasmo. François, que ensina francês, quer surpreender os alunos ensinando o sentido da ética, mas eles não parecem dispostos a aceitar os métodos propostos.”

Logo nos primeiros minutos de filme já notamos que ele sustenta sua força narrativa em dois pilares, que podemos considerar como desafios: a arte de exercer o ofício do magistério e a dificuldade em lidar com os jovens adolescentes do mundo atual. Parecem até temas triviais, pois são cotidianos e usuais, entretanto, a heterogeneidade dos alunos e o ambiente em que eles estão inseridos em suas vidas pessoais transformam a realidade do que era para ser apenas mais um ano letivo para eles e o professor François. Vivemos na era da informação fácil e abundante, proporcionada, principalmente, pela internet e a tecnologia como um todo. Por conta disso, a liberdade de expressão se exterioriza/manifesta sem esforço e à distância de um ínfimo clique ou toque. As pessoas são muito mais questionadoras, mais conhecedoras das situações e dos assuntos que dominam a mídia em todo o mundo. As próprias crianças possuem um comportamento diferente em relação à independência que adquirem ao longo de suas vidas – as coisas acontecem de maneira muito mais precoce que antigamente. Podemos estender essas constatações também ao ambiente escolar, mais particularmente aos jovens da faixa etária daqueles mostrados no filme – que já possuem uma rebeldia intrínseca da idade e enfrentam, para influir em suas atitudes, outros problemas pessoais, principalmente de cunho étnico-social. Depreende-se que o corpo docente da escola deve possuir muito jogo de cintura e paciência para lidar com seus alunos. O certo é que, para enfrentar os desafios de ser professor – bem como de qualquer outra profissão -, deve-se nutrir amor pelo ofício. Assim, as coisas fluem com muito mais naturalidade e o trabalho tende à excelência com menos dificuldade e menos desgaste.

Assim como alguns outros filme que abordam a mesma temática, considero “Entre os muros da escola” um filme obrigatório para as pessoas que trabalham na área de educação, principalmente na educação pública, que normalmente lida com jovens de classes sociais mais baixas. No filme em tela, nota-se que nenhum personagem é utópico ou fora da realidade. O professor François não finge seus sentimentos e exterioriza suas falhas, apesar de uma paciência e um esforço hercúleos. Os alunos, individualmente, transparecem suas realidades e se comportam de acordo com o que a sociedade lhes impõe. Muitos debates – alguns até alheios ao que é proposto em sala de aula -, muitos diálogos, comunicação incessante entre professor e aluno, muitas contradições e, sobretudo, muita tensão. Parece que os personagens são faíscas passeando sobre um barril de pólvora, por todo o contexto que se forma com a interação entre eles e suas diferenças. É apenas um exemplo de realidade nua e crua. “Entre os muros da escola” é um filme que mostra experiências!

– Quantas vezes na vida perdemos o controle de alguma situação?

– Inúmeras! Isso é absolutamente normal.

A vida nos impõe desafios e requer que as pessoas adquiram sabedoria para lidar com eles da melhor maneira possível. O clímax desse filme é proporcionado justamente pela dificuldade de se obter esse aludido controle. Na verdade, ele já havia sido perdido há muito tempo, e as pessoas, por descuido ou mesmo por uma “cegueira” persistente, negligenciaram o poder de gestão que possuíam e que poderia ter sido demonstrado em um momento pretérito. Muitos problemas seriam evitados dessa maneira. Ao fim da exibição, constata-se que indubitavelmente essa premiada obra do cinema francês proporciona muitas reflexões sobre muitos assuntos. É uma viagem interessante!

Educar é realmente uma arte e exige muita habilidade!

O trailer segue abaixo.

Adriano Zumba

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