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No Pipoca Salgada, primeiro quadro do Minha Pipoca, traremos opiniões sobre os mais variados filmes, sejam eles lançamentos ou obras que merecem (ou nem tanto) serem revisitadas. Inaugurando, temos a análise de Caminhos da Floresta (Into the Woods), musical da Disney lançando recentemente que conta com roteiro de James Lapine e direção de Rob Marshall. O filme tem um bom elenco para fazer um filme no máximo mediano. Particularmente, até gosto de musicais, mas esse não me agradou. Parece que do momento em que o filme começa até o seu fim eles estão cantando uma longa, incansável e única música. Os cenários, apesar de belíssimos, são muito parecidos, o que ajuda a trazer essa sensação de “uma coisa só” que prejudica muito o andamento da obra. O que encanta em musicais é o desenvolver da história, é a identificação com as personagens e a sensibilidade de se colocar no lugar deles e viver os seus enredos. Em Caminhos da Floresta, isso não acontece.

A história retrata uma bruxa, interpretada por Meryl Streep, que foi amaldiçoada pela mãe após deixar que o vizinho roube seus feijões mágicos. Com isso, a Bruxa lança uma maldição sobre a família do ladrão, impedindo-os de ter filhos novamente. Além disso, fica com a filha da família, a qual aprisiona em uma torre no meio da floresta. Anos depois, o Padeiro (James Corden) e sua esposa (Emily Blunt) estão tentando ter um filho, mas acabam descobrindo a maldição que assola sua família. Para que possam enfim realizar seu sonho, a Bruxa lhes impõe uma condição para que a maldição seja desfeita: que reúnam quatro itens até o dia da Lua Azul. Assim eles saem pela Floresta em sua jornada, encontrando pelo caminho alguns dos contos de fadas tradicionais aos quais estamos acostumados. Devem lidar com famosas personagens, como Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, João e o Pé de Feijão e Cinderela.

Meryl Streep fez o seu ótimo trabalho, como já esperado, e é um dos destaques do filme. Mesmo assim, considero exagero da Academia nomeá-la ao Oscar pelo papel, o qual, apesar de bem interpretado, não é extraordinário. Emily Blunt e Anna Kendrick estiveram dentro da média. O elenco foi o que sustentou o filme para mim, com créditos especiais para James Corden. Acho que o Padeiro foi o único com o qual simpatizei e me importei com sua história. Johnny Depp aparece por 5 minutos e faz o que sabe melhor, conseguindo engrandecer um pouco a obra com suas esquisitices. Já os príncipes, retratados por Chris Pine e Billy Magnussen, foram ao me ver muito fracos.

Apesar dos pontos positivos no elenco, o enredo de Caminhos da Floresta é muito fraco. Em nenhum momento me emocionei ou fiquei ansioso pelo que estava por vir. Não tem um elemento cativante que te prenda ao filme e te faça desejar saber logo o que vai acontecer. A premissa era boa, mas pecaram na execução. Peguei-me olhando no relógio para ver se faltava muito para terminar; o filme era mais longo do que o necessário.

Se você não gosta de musicais, passe longe. Nunca havia visto tantas pessoas deixarem o cinema antes do filme terminar (isso depois da surpresa em ver a sala quase lotada); alguns desistiram com menos de 30 minutos de filme. O começo é realmente um pouco massante, sem muitas pausas nas músicas, todas muito semelhantes; esse provavelmente é um dos maiores erros do filme, dificultando o aprofundamento do enredo.

Por fim, o que me impressionou foi a mudança da Disney ao abordar o mundo dos contos de fadas. Com algumas piadas de humor negro (o que acabou sendo um dos pontos mais divertidos do filme), certa brutalidade em algumas cenas (como as irmãs cortando partes do pé para encaixarem no sapato) e, principalmente, a desmitificação dos príncipes encantados perfeitos (ideia que achei interessante, mas muito mal explorada, demonstrada no momento em que o príncipe recém-casado trai a sua Cinderela, cena que, apesar de sua audácia, foi para mim um dos piores momentos do filme), traz-se elementos incomuns à narrativa de Caminhos da Floresta. Por fim, as indicações ao Oscar de Melhor Figurino e Design de Produção foram merecidas, uma vez que são os melhores atrativos da película.

Não é ruim. Só não chega a ser bom.

Gostou do filme? O que achou do Pipoca Salgada? Deixe sua opinião nos comentários!

Nota do Minha Pipoca: 6/10.