The Enfield Haunting

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O que mais me agrada em histórias de terror é poder usar a minha imaginação o quanto eu quiser, principalmente quando nos dão bastante material. Isso é ótimo porque pra isso não precisamos acreditar em tudo. Não é necessário ser católico para ver um filme de exorcismo, nem espírita para gostar de uma história sobre vida após a morte. Só precisa ter imaginação e gostar de uma boa história.

The Enfield Haunting, uma minissérie britânica de terror (e baseada numa polêmica história real) é bem isso. É sobre uma família que vive o pão que o diabo amassou (não posso dizer literalmente porque aqui não se trata do diabo, apenas de espíritos do mal). Acho que mais do que medo, eu senti foi pena. Pena dos protagonistas, que são tão carismáticos e sofrem tanto.

Por se tratar de uma produção para a televisão, fui achando que o terror poderia ficar meio de lado, focando mais no drama. Acho que teve um pouco dos dois, mas em nenhum momento me senti assistindo algo para televisão. Foi mais como um filme, dividido em três episódios. Por isso, de certa forma, foi melhor que um filme. 

The Enfield Haunting Episode 1

O legal da televisão britânica é a escolha do elenco. Diferente da televisão americana, eles parecem preferir o talento à beleza na maioria dos casos – se você já assistiu as duas produções de Shameless você sabe do que eu estou falando. Pode ser que isso incomode alguns, pois a coisa toda fica mais realista. Em uma história de terror/horror, isso é perfeito. Os dentes podem ser tortinhos, a pele pode ter algumas manchas, o cabelo pode ser de qualquer tipo, e assim, os sustos podem ser mais reais.

E voltando a falar sobre imaginação. Não tem nada melhor do que ver um lugar (como a casa da família), ou um personagem (como a Janet, a protagonista e filha do meio), e conseguir sentir tanta coisa. Mesmo com todas as coisas ruins que aconteciam com os personagens, o clima que eu senti foi de acolhimento. Aquela casa vai ficar um bom tempo na minha memória. Janet é muito mais que uma criança querendo chamar a atenção. Ela é carismática, é muito fácil simpatizar com ela.

Janet verdadeira

Janet verdadeira “voando”

E quanto à Janet verdadeira e aos “fatos reais”? Tenho que dizer que sou bem cética, então essa coisa de fatos reais não me importa. Prefiro ficar apenas na ficção. Mas acabei vendo um vídeo onde a Janet da vida real dá uma entrevista ainda criança, e outro vídeo com ela já adulta. E olha… achei ela tão discreta, tão na dela. Isso só contribuiu a seu favor, para mim. Não quero saber se o que está na tela foi verídico ou não, mas a sinceridade que ela demonstrou fez tudo parecer possível. E aí, ceticismo à parte, e mesmo me contradizendo, tenho que dizer: o medinho só aumentou. 

Ah preciso dizer: foi muito bom matar a saudade do Mr. Darcy – o ator que fez Orgulho e Preconceito com a Keira Knightley. Ô ator difícil de ver por aí. Só por isso já valeria a pena.

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