Crítica: O Demônio do Sono (2018, de Clive Tonge)

Que os filmes de terror já estão deixando a desejar há muito tempo não é mais novidade para ninguém. Um bom filme desse gênero é quase uma praga rara: pouco vimos. Ou pouco vejo. Como quiser. Mas o que mais dói é ver uma ideia muito boa, muito interessante, desperdiçada por uma execução péssima em todos os sentidos, como é o caso de O Demônio do Sono.

A Paralisia do Sono é um fenômeno que realmente nos acontece, basicamente é quando seu cérebro desperta antes do seu corpo, e como ficamos presos a dois estágios (acordado e dormindo), podemos ter alucinações, ou seja, sonhos vívidos. E como, majoritariamente, ficamos desesperados em estar imóveis, numa situação de completo desespero, essas alucinações normalmente envolvem pesadelos. Como essa condição nada tem de sobrenatural, dificilmente você passará pela vida sem passar por isso ao menos uma vez, inclusive, já passei por isso algumas vezes. Então já vá se preparando.

Mas então, Jonathan Frank (roteirista) pega esse evento que é a paralisia do sono e transforma em algo sobrenatural. Personificação de espíritos, já não estamos cansados disso? Mas tudo bem. A ideia até parece legal, mas a precariedade em que é desenvolvida e a quantidade de furos de roteiro fazem com que percamos a esperança no filme. Eu só assisti até o fim para ver o quão ruim podia continuar sendo e acabei gostando do final. Pois é, uma ideia interessante e um fim legal, e tudo no meio disso uma bela porcaria. Saudades Freddy Krueger.

Kate, uma psicóloga forense, é chamada pelo detetive McCarthy para fazer uma consulta com Helena, que está sendo acusada pela morte do marido. A intenção é que Kate diagnostique a mulher como sã ou não, para que ela seja condenada da forma correta. Helena diz que quem matou seu marido foi a Mara, o demônio do sono, e conforme o tempo vai passando e quanto mais ela vai insistindo nessa alegação, mais todo mundo a considera louca e a colocam em tratamento em um manicômio.

Mas como várias mortes da mesma forma continuam a acontecer com a suposta assassina já presa? É aí que Kate fica ainda mais intrigada e começa a investigar por si mesma esse tal demônio do sono até que, para sua infelicidade, ela mesma começa a ver, logo, tem seus dias contados para tentar resolver esse mistério.

Conforme o filme vai avançando, vamos descobrindo a solução em que Kate está chegando e nos decepcionando com a resolução fácil para algo tão complexo e tão individual. Até que vem o final para nos fazer morder a língua. É quase uma pegadinha do diretor, parece que escuto ele dizendo, “Ei, você realmente achou que o filme inteirinho seria ruim? Não daríamos esse privilégio. Muhahaha…” É sério…

A paralisia do sono é algo tão pouco explorado que era realmente uma boa ideia fazer um filme de terror nesse estilo sobre isso, e se a criatividade tivesse sido um pouquinho mais estimulada, se tivesse um pouquinho mais de empenho, teria sido um bom filme. Porque, sejamos sinceros, um filme que só deixa a desejar em seu final pode muito bem ser reconhecido, mas um filme que peca em toda a sua execução (incluindo nas atuações, que foram todas ruins) e só é feliz em seu último minuto, não tem como ser perdoado.

Título Original: Mara

Direção: Clive Tonge

Duração: 98 minutos

Elenco: Javier Botet, Olga Kurylenko, Craig Conway, Kathy McGraw, Melissa Bolona, Mackenzie Imsand, Rosie Fellner, Jacob Grodnik, Lance E. Nichols, Mitch Eakins e mais.

Sinopse: Ao investigar um assassinato, uma psicóloga criminal descobre a lenda de um demônio que mata as pessoas durante o sono.

Trailer:

Já viu o filme e concorda com a crítica?
Me conta aqui nos comentários sua opinião! 😄

2 thoughts on “Crítica: O Demônio do Sono (2018, de Clive Tonge)”

Deixe uma resposta