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Theda Bara

Nomes Alternativos: Theodosia Burr Goodman

108Número de Fãs

Nascimento: 29 de Julho de 1885 (69 years)

Falecimento: 7 de Abril de 1955

Cincinnati, Ohio, EUA - Estados Unidos da América

Theda Bara (Theodosia Burr Goodman) foi uma atriz norte-americana do cinema mudo. Uma das primeiras vamps do cinema norte-americano, seu nome artístico era um anagrama de Arab death ("morte árabe"). Justificou-o no filme que a consagrou: Escravo de Uma Paixão/A Fool There Was (1915).

Na verdade, "Theda" era uma alcunha da infância para Theodosia, e "Bara" era aparentemente uma forma encurtada de seu sobrenome materno, Baranger.

Bara era uma das atrizes mais populares do cinema de sua era, além de ser um símbolo sexual dos mais adiantados do cinema. Seus papéis de mulher fatal deram-lhe a alcunha de "Vamp" , que logo transformou-se em termo popular para uma mulher de ares predatórios.

Junto com a atriz francesa Musidora, popularizou a personalidade do vamp nos primeiros anos do cinema mudo e logo foi imitada pela atrizes rivais tais como Nita Naldi e Pola Negri.

Theda Bara é o nome a ter a porcentagem mais elevada de seus filmes perdidos, mais do que todos os outros atores/atrizes de Hollywood. Em 1937, um incêndio nos armazéns da Fox, em Nova Jersey, destruíram a maioria dos filmes mudos deste estúdio.

Três de seus filmes ainda permanecem intactos, o restante foi quase totalmente perdido, tais quais Du Barry, Carmen, Salome, e Camille, grandes sucessos à época.

Enquanto Cleopatra (1917) conta com apenas 40 segundos sobreviventes, A Fool There Was (1915) foi preservado em uma cópia integral. Madame Mystery (1926) ainda existe em uma cópia de 9.5mm.

Pelos seus encantos em seduzir seus amantes de desejos irresistíveis e muitas vezes levando-os a comprometer em situações perigosas e mortais, transformaram na "femme fatale" do cinema e o apelido de "vamp" ou vampiro, termo esse que acabou por se popularizar para definir uma mulher sexualmente atraente e predatória.

Seu pai, Bernard Goodman era um próspero judeu alfaiate que veio da Polônia para os Estados Unidos, e acabou casando em 1882, com Pauline Louise de Copett, que nascera na Suíça. Dessa união nasceram a Theodosia, depois o menino chamado Marque e quase uma década depois a menina Esther, que também se tornou uma atriz de cinema e assumiu o pseudônimo de Lori Bara, casou com Francis W. Getty, em Londres em 1920, e morreu em 1965.

Até os dias atuais existe muito controvérsia quanto ao surgimento do sobrenome Bara, alguns autores acham que ela tinha um parente próximo chamado Barranger, e tem também aqueles que acreditam que foi para promover o filme "Cleopatra" de 1917, entre outras especulações. Apesar de ser uma mulher do início do século XX, Theda chegou a frequentar a Universidade de Cincinnati por dois anos, e também trabalhou em produções teatrais e chegou à Nova Iorque em 1908, e por essa época que fez sua estreia na Broadway com a peça "The Devil", e isso já mostrava como ela era uma mulher muito adiante de seu tempo.

Na sua carreira de atriz fez mais de 40 filmes, praticamente quase todas desaparecidas, e durante sua época foi uma das atrizes mais bem pagas, somente ficando atrás de Charlie Chaplin e Mary Pickford. Sua estreia no cinema aconteceu em 1914, com o filme "The Stain" sob a direção de Frank Powell, um espetáculo mudo e tendo no elenco Edward José, Thurlow Bergen, Virginia Pearson e Eleanor Woodruff, entre outros. Curiosamente uma cópia deste filme foi descoberta na Austrália, na década 90 e restaurada, com seis bobinas, com intertítulos em inglês e era distribuída pela produtora francesa Pathé.

No ano seguinte em 1915, Theda Bara participou de cerca de 10 filmes, sendo que o mais famoso foi sem dúvida alguma "A Fool There Was", onde Theda desempenha o papel de um vampiro que usa de todo seu charme para seduzir e corromper a moral de um advogado de Wall Street chamado John Schuyler, protagonizado pelo ator Edward José. Curiosamente este filme por muitos anos foi chamado erroneamente como "Kiss me, My Fool!", devido aos seus intertítulos.

O filme foi baseado numa peça teatral de mesmo nome escrita por Porter Emerson Browne, que por sua vez foi inspirado no poema "The Vampire" do autor Rudyard Kipling. O filme também é considerado por muitos autores como uma das primeiras películas de Hollywood a utilizar truques publicitários, ao elaborar uma biografia totalmente fictícia de Theda Bara, transformando-a numa atriz árabe exótica e assim apresentando-a a imprensa com uma roupa completamente extravagante. Logo depois foi descoberto que tudo isso era falso. Este filme também marca a estreia de outra grande atriz do cinema mudo, May Allison, que atuou no cinema entre 1914 a 1927.

Em 1916, Theda fez oito filmes, onde duas se destacam como "East Lynne", uma película muda dramática dirigida por Betram Bracken, através da Fox Film Corporation, e lançada em 19 de junho de 1916, nos cinemas dos Estados Unidos, com duração de 50 minutos e incrivelmente uma cópia desse filme ainda sobrevive nos arquivos do Museu de Arte Moderna em Nova Iorque.

Outro filme é "Romeu and Juliet" sob a direção de J. Gordon Edwards e produzido pela Fox Film Corporation e lançada no ano em que Shakespeare completaria 300 anos de sua morte, em outubro de 1916. Ela também foi concorrente de outro filme de mesmo nome, realizado pela Metro Pictures. Esse filme é considerado por perdido.

No ano seguinte de 1917, Theda Bara faz mais oito filmes, nas quais podemos destacar a obra "Cleopatra", sob a direção de J. Gordon Edwards, pela Fox Film Corporation, com duração de 125 minutos, que chegou aos cinemas dos Estados Unidos, em 14 de outubro de 1917. As cópias originais são consideradas perdidas, pois foi perdida em incêndio dos estúdios Fox e no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, e restando apenas 20 minutos de imagens.

Foi um dos filmes mais caros até então produzido e custou cerca US $ 500.000 que equivalem atualmente cerca de 8,3 milhões de dólares e empregou mais de 2000 pessoas nos bastidores. A história foi vagamente baseada na obra de William Shakespeare "Antonio e Cleopatra" onde Theda aparecia vestindo uma variedade de trajes fantásticos, alguns até bastante picantes, que mais tarde chegou a ser considerado obsceno para ser mostrado.

Outro filme deste ano que merece destaque é "The Darling of Paris", sob a direção de J. Gordon Edwards, pela Fox Film Corporation e lançada nos Estados Unidos em janeiro de 1917 e a película é adaptação livre do romance O Corcunda de Notre Dame de Victor Hugo. Além de Theda Bara, o filme contou com Glen White, Walter Law, Herbert Heyes, Carey Lee e John Webb Dillon, entre outros e o filme é considerado como perdida.

Em 1918, foi a vez de Theba Bara fazer mais seis filmes, entre as quais podemos destacar "The Soul of Buddha", onde ela interpreta uma sacerdotisa, também sob a direção de J. Gordon Edwards, pela Fox Film Corporation, e lançada em 21 de abril de 1918, nos Estados Unidos. O filme é considerado como perdida, mas um pequeno fragmento relativo a esse filme mostra Theda Bara e o produtor William Fox e que provavelmente seria posteriormente utilizada para um trailer do filme.

Outro filme de destaque deste ano foi "Salomé", sob a direção de J. Gordon Edwards, pela Fox Film Corporation que chegou aos cinemas dos Estados Unidos, em 6 de outubro de 1918, com duração de 80 minutos. Curiosamente o filme também contou com a participação do grande ator cômico Alan Roscoe interpretando o personagem João Batista e usando o pseudônimo de Albert Roscoe.

Em 1919, Theda Bara fez seus últimos filmes da fase áurea de sua carreira, onde participou de sete filmes, e podemos destacar o filme "The Lure of Ambition" que foi o último desse quase encerramento de sua carreira. O filme teve a direção de Edmundo Lawrence, pela Fox Film Corporation, e trabalhou ao lado de Thurlow Bergen, William B. Davidson, Dan Mason, Ida Waterman e Dorothy Drake, entre outros, e o filme chegou aos cinemas dos Estados Unidos em 16 de novembro de 1919.

A partir de então, cansada de ser estereotipada como a "vamp", deixou o contrato com a Fox expirar e não mais renovou o contrato, e com isso sua carreira começou a decair, pois não conseguia mais fazer nenhum filme. Em 1921, Theda Bara casou-se com o diretor de cinema Charles Brabin, que nasceu na Inglaterra, mas fez sua carreira nos Estados Unidos, dirigindo e escrevendo roteiros. Eles não tiveram filhos e ele permaneceu com Bara até a sua morte em 3 de novembro de 1957, aos 75 anos de idade, de câncer abdominal e incrivelmente a relação entre Bara e Charles foi um dos mais duradouros de Hollywood. Depois do casamento, Theda Bara praticamente se afastou do cinema e foi morar numa grande propriedade em Harbouville.

Depois de seu último filme em 1919, muitas especulações foram aparecendo, entre elas dizendo que o marido o proibira de continuar sua carreira, e independentemente de qual seja a verdade, o fato é que nesta época de seu casamento, sua popularidade também já estava bem diminuída. Mesmo assim retornou ao cinema em 1925, com o filme "The Unchastened Woman", sob a direção de James Young e produzida pela Chadwick Pictures Corporation, que fez sua estreia nos cinemas dos Estados Unidos em 16 de novembro de 1925, com 52 minutos de duração.

Pouco tempo depois começou a participar das filmagens de "Madame Mystery", o último filme de sua carreira, onde Theda Bara interpreta Madame Mysteriex, que satiriza a personagem "vamp" que tanto marcou a sua carreira. O filme foi dirigido por Richard Wallace e Stan Laurel, produzido por Hal Hoach, pela Pathè Exchange, e curiosamente também nesse filme participou Oliver Hardy, que era o companheiro de Stan Laurel, em O Gordo e o Magro. Neste filme Oliver Hardy interpreta o capitão Schmaltz, ao lado de Tyler Brooke, James Finlayson, Martha Sleeper e Sammy Brooks, entre outros. O espetáculo chegou aos cinemas dos Estados Unidos em 18 de abril de 1926, com duração de 21 minutos. Parte desse filme foi utilizada por Hal Roach para o filme "45 Minutes from Hollywood".

Depois desapareceu completamente das telas de cinema e da vida artística e somente fez uma pequena aparição numa entrevista em 8 de junho de 1936, para o programa de rádio Luz Radio Theater e também apareceu como convidada no dia 7 de março de 1939, pela rede NBC e em 8 de novembro de 1939, pela CBS. Durante sua vida fora do cinema, Theda Bara viveu relativamente bem entre Hollywood onde trabalhava seu marido e em Nova Iorque, dentro de relativa riqueza. Ainda em 1949, teve uma proposta do produtor BuddyDeSylva para realizar um filme biográfico, pela Columbia Pictures, mas o projeto não foi adiante.

Em 7 de abril de 1955, Theodosia Burr Goodman (Theda Bara) morria em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, aos 69 anos de idade, vítima de um câncer no estômago, e foi enterrada como Theda Bara Brain em Forest Lawn Memorial Park Cemetery, Califórnia. Mais tarde, Theda Bara obteve uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood e em 1994, foi homenageado com sua imagem no selo dos Estados Unidos, projetado pelo famoso caricaturista Al Hirschfeld.

Infelizmente a maior parte de seu acervo de filmes acabou durante o incêndio de 1937, no armazém da Fox Film Corporation, em Nova Jersey, que destruiu a maior parte das películas do estúdio, mas apesar disso algumas ainda permanecem intactas como "The Stain" de 1914, "Fool There Was" de 1915, "East Lynne" de 1916, "The Unchastened Woman" de 1925 e duas comédias curtas de Hal Roach, além disso, alguns fragmentos de outros filmes.

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