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Tinha criado altas expectativas para Ammonite. Filme de sapatão de época com Kate Winslet e Saoirse Ronan? Pronto, não pode dar errado, pode? Pode.
Não tenho problemas com filmes lentos, com poucas falas. Mas para mim, o filme é arrastado e cria relações muito mentais ou conceituais nos elementos que apresenta, sem arrebatar quem assiste.
Por exemplo,os bibelôs da mãe de Mary, que representam os filhos dela. Descobrimos que ela perdeu quase todos seus filhos e assim associamos ao cuidado que ela dava aos objetos. Eu entendi isso, mas não senti nada. O espelho que a Charlotte faz e a Mary se recusa a vender. O final, com as duas separadas pelo Ichthyosaurus, separadas pelo trabalho de Mary.
Nada dessas coisas "simbólicas" me fez sentir qualquer coisa pelas personagens e eu acho que o motivo é a maneira precipitada e confusa como o filme conduz o relacionamento do casal. E não só. A personagem de Fiona Shaw é muito mal aproveitada na trama e quando ela, eu já não me importava mais.aparece no final, no que seria uma cena reveladora sobre o relacionamento das duas
Ah, e também não vejo muito sentido em quem compara esse filme ao excepcional Retrato de uma Jovem em Chamas. Ouvi falar disso e fui assistir Ammonite temendo uma cópia. Mas não, eles não devem ser postos lado a lado pois isso é diminuir o Retrato.
Comecei a assistir achando a duração das cenas e o ritmo em geral do filme bem estranho. Pensei comigo "isso talvez funcionasse melhor no teatro". Mais para o final do filme me remeteu a "Dois perdidos numa noite suja" do Plínio Marcos. E só ao final do filme descobri que é baseado numa peça! hahaha
Acho que a grande falha do filme pode ter sido uma adaptação de roteiro que não funcionou.