Gustavo Jácome Lopes

Falar desse filme é falar de uma alegoria politica semelhante à de grandes clássicos como "O senhor das Moscas". As histórias servem de fundo para diversos debates interessantíssimos sobre como os regimes políticos são instaurados, quem se beneficia com eles, e a tendencia à todos terminarem do mesmo modo. Os três momentos apresentados são entrelaçadas de uma forma didática afim de demonstrar a historicidade dos problemas atuais, e uma melhor visão dos de antigamente.

"Quase Dois Irmãos" é muito mais uma aula de politica e de história, do que uma aula sobre a ditadura militar e seus presos políticos.

Um filme que impressiona muito mais pelas atuações do que pela construção do roteiro comum das comédias românticas hollywoodianas. "Uma linda mulher" é uma das melhores opções para quem procura um filme leve e cativante.

O filme em si é bem bonito e tem uma história e lição de moral cativante. O maior problema talvez seja a falha da direção, que em contrapartida das ótimas escolhas de planos (junto com a magnifica direção de arte e fotografia) acaba por cair em clichês melosos em determinado ponto do filme, e deixar que esses mesmo clichês se tornem o foco narrativo da história. Os pontos de viradas a partir da segunda metade do filme são muito mal trabalhados, exemplo disso é que mesmo sendo uma surpresa e tanto, pouco se espanta com a revelação do final do filme. As atuações são um ponto fortíssimo do filme, porém nada de extraordinário quando analisadas a partir de um roteiro que a maioria das vezes se mostra previsível em determinados pontos das cenas, além desse mesmo apresentar falhas na construção da identidade dos personagens, que acaba sendo pouco trabalhado mas realçado pela estética do filme.

Por fim, me ficou uma impressão de um filme que se confunde em sua identidade entre filme artístico e o tradicional clichê hollywoodiano.