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"The Horror... The Horror!"

Últimas opiniões enviadas

  • Heitor Santana

    Série com uma estética padrão Netflix (quase todas as séries dela são esteticamente iguais, incrível), personagens - caricatos - com a cara da Netflix, narrativa que cheira a Netflix... É um produto que grita Netflix.

    É um produto com uma linguagem feita sob medida para o público Netflixiano. É de baixa qualidade? Certamente, mas ao mesmo tempo tenho que reconhecer em como ela conhece bem o público que tem e sabe dar exatamente o que ele quer.

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  • Heitor Santana

    Você sabe que algo não está certo com um filme quando quanto mais você pensa nele, pior fica. A prova da mediocridade de Lady Bird é que 80% dos elogios a ele é de gente dizendo: "nossa, me identifiquei bastante", "caramba, lembrou meu relacionamento com minha mãe"

    Ou seja, percebe-se que Lady Bird não se sustenta bem como uma obra em-si (obra que é, no máximo, um típico coming-of-age americano acima da média), e sim na relação de identificação do público com aquela história, apostando numa aproximação sentimental entre esses dois polos - e de fato, é quase impossível não se identificar com pelo menos um elemento que o filme aborda. Mas é uma abordagem absurdamente limitada, e até meio desonesta, eu diria.

    Pois o filme pega uma história e elementos dela que nos são muito familiares, que estão muito próximos de nós, tornando muito mais palpável para o público curtir, mais fácil de quebrar essa barreira entre os dois polos (público e obra). Tanto que vi muita gente comentando que é um filme "impossível de odiar". Preciso falar mais? Quando eu leio isso, eu já fico com um pé atrás e não vejo pq as pessoas colocam isso necessariamente como um elogio, pois sendo uma típica produção audiovisual "impossível de odiar", escancara claramente uma obra inofensiva, do ponto de vista artístico. É óbvio que um filme pra ser bom (que até acho que Lady Bird seja, de maneira geral) não precisa ser artisticamente profundo, contestador, contemplativo e etc...Mas a questão é: estamos diante de um filme que está sendo cotado pra simplesmente ganhar o maior prêmio do mundo do cinema - tudo bem que a credibilidade do Oscar não é lá essas coisas, mas ainda assim. É claro que o nível de exigência será maior, pois o nível em que ele foi colocado é muito alto.

    E também - diante de um roteiro que anda em território tão comum - não ajuda em nada a linguagem totalmente medíocre da obra (você acha estética parecida em qualquer filmezinho indie da Netflix), com uma Greta Gerwig fazendo apenas o feijão com arroz atrás das câmeras (embora devo dar méritos a ela pela boa direção dos atores).

    Muitos vão falar que a beleza do filme está na simplicidade e outras baboseiras furadas, mas pra mim, retratar a tal beleza singela é preciso de mais esforço do que foi feito aqui. Isso aqui é medíocre.

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  • Heitor Santana

    Pra endossar meu comentário anterior, passei um tempo analisando o quão fascinante e ao mesmo tempo lamentável é a natureza das críticas negativas que o filme vem recebendo. É fascinante porque denota uma enorme contradição, hipocrisia e também desconhecimento de quem a critica, e me fez refletir muito sobre o poder da arte.

    Bom, não é difícil ler por aí gente enchendo a boca pra falar que a arte tem que ser incômoda, subversiva, nos fazer questionar acerca do mundo e blá blá blá...E é aqui que já entra a espetacular hipocrisia: As pessoas que adoram soltar essas palavras, passando-se como "amantes da verdadeira arte", são as mesmas que estão metendo o pau no filme em questão EXATAMENTE porque a obra as incomoda, as tiram da zona de conforto (sobre isso, eu já dissertei mais no meu comentário anterior acerca do filme). Ou seja, a arte aqui está sim causando o que essas pessoas supostamente querem, porém a diferença é que a "vítima" neste caso está sendo exatamente elas, e o pior de tudo é que não conseguem perceber isso, haha!

    A conclusão é óbvia: Para essas pessoas, a arte só pode ser incômoda até certo ponto - no caso, para os outros -, pois se bater um pouco de frente com suas visões de mundo (ainda mais com temáticas tão atuais e debatidas, que estão na pauta pública), se perdem totalmente e ficam sem saber onde colocar a cara, restando-os atacar o filme com argumentos desonestos e sem muito embasamento (alguns até criticam a pegada irônica que o McDonagh faz acerca de questões sérias, dizendo que ele supostamente diminui a urgência dos problemas sociais mostrado no filme, sendo que esse tratamento cínico SEMPRE foi o seu estilo como diretor, desde In Bruges. Ele não faz obras panfletárias, amiguinhos) que evidenciam claramente que o problema não é a obra em si, e sim o cidadão que está criticando, que queria uma outra abordagem; uma abordagem que se encaixasse com a narrativa que eles estão acostumados. São covardes e intransigentes.

    PS: OBVIAMENTE, me refiro apenas às críticas que criticam certos aspectos do conteúdo do filme (que é de onde vem a maioria da negatividade que a obra vem recebendo). Críticas técnicas são sempre válidas - embora nem sempre corretas -, certamente.

    Quanto mais eu penso sobre isso, mais claro fica. O mundo atual está cada vez mais intolerante (em todos os lados), e portanto quando surge algo (uma obra artística, especificamente) que entre em conflito com a visão pessoal de alguém, este não sabe como a absorver, pois está inserido em um contexto de total histeria, onde é obrigado a seguir certas cartilhas toscas que o seu grupinho determina.

    Mas sabem o que é o pior de tudo? É que Three Billboards nem é tão polêmico assim, na realidade. Mas ele ganha esse status exagerado exatamente pelo momento tempestuoso em que vivemos, e por isso mesmo eu defini em meu comentário anterior, que se trata de "um filme deveras espinhoso, nos tempos ATUAIS". Principalmente, pois, ao tratar um personagem detestável como um ser humano complexo(ou seja, algo que nem deveria ser motivo de polêmica, pra começo de conversa), algumas pessoas se sentem estranhamente incomodadas pois estão acostumados a ter uma visão completamente maniqueísta do problema, sem capacidade intelectual de analisar o problema geral. Mas, de novo, disso eu já falei em meu comentário anterior também, então não vou prolongar nisso aqui, quem quiser leia lá a pequena análise que faço do personagem do Sam Rockwell.

    O resumo disso tudo é que vivemos uma era de mediocridade, e isso está cada vez mais afetando o cinema. Com o mundo cada vez mais porcamente dividido (em especial os EUA, por motivos que todos já conhecem), o ideal/poder artístico acaba sendo sim atingido, e correndo risco se tornar limitado, padronizado. Pois se o artista quiser mostrar um lado de algum problema, o lado contrário vai enchê-lo de rótulos negativos clichês que já conhecemos, enviesando o debate... E isso pode ter consequências futuras sérias.

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