Lorran

Antes de começar a ver, eu tinha lido em algum lugar que era baseado em uma história real. Depois, me esqueci de onde havia lido. Fui ler a sinopse no Amazon Prime e não citava isso. Daí eu pensei: deve ser apenas mais um filme. Eu realmente duvidei até o final. Quando acabou, fiquei chocado - é uma história real, e realmente digna de um filme.

Minha crítica sobre o filme - É aquela máxima: "O sonho do oprimido é mesmo se tornar o opressor". Evidentemente nem todo mundo age da mesma forma, mas grande parte da sociedade é passiva aos fatos, bons ou ruins, do cotidiano, mesmo que sejam horrendos. Dar o poder a uma pessoa só demonstrará o melhor ou o pior do que ela realmente é.

Hoje, lendo, assistindo e pesquisando sobre o assunto, não me espanto com o fato de o nazismo ter ocorrido. Óbvio que foi extremamente horrível e desumano, mas a maldade humana está em todo lugar, todos os dias. O que é necessário é apenas a pressão e temperatura perfeitas para que os maus possam agir com suas maldades.

Lembrei-me de um livro que li há um tempo, "As mulheres do nazismo". Nele, é abordado como as mulheres também tiveram um papel fundamental na máquina de funcionamento nazista, sendo que a maioria era desobrigada a cometer qualquer tipo de barbárie, mas, muitas vezes, as mulheres eram cúmplices e até participavam em tais brutalidades para poder mostrar o valor delas, visto que o sistema nazista era extremamente patriarcal, sendo a mulher sempre relegada a objetivos menores ou da manutenção da casa e da famílias. No filme, há cenas visíveis disso.

Ainda sobre o livro, há uma parte em que se é questionado acerca da mentalidade nazista - como ela pôde ocorrer? As pessoas eram enfermas mentalmente? Por fim, psiquiatras concluíram que não a maioria das pessoas era normal. O comportamento
de alguns poucos era considerado como transtorno antissocial (psicopatia), etc. Desse modo, pessoas bem instruídas, doutores, médicos, enfermeiros, juízes etc eram cúmplices. Na época nazista, havia o programa "Lebensborn", que era um programa para fazer vários filhos para o Estado, as "Aktion", "operações especiais" de genocídio de civis, experimentos médicos sem anestesia, inclusive muito morando em campos de concentração em suas casas confortáveis, como se nada tivesse ocorrendo, já que era só mais um "trabalho". Tudo era válido pelo prestígio social e para manter o Reich, ainda que fosse algo completamente irracional.

Outra coisa que me lembrei foi sobre Hannah Arendt, filósofa judia que fugiu da Alemanha Nazista. Ela aborda sobre a banalidade do mal e sobre como as pessoas podem permitir que o mal coexista, sendo cruéis a ponto de permitir tais barbáries, em sistemas totalitários.

Por fim, o filme é bacana, até que me prendeu. Acho que faltou "algum tempero" nesse filme para que ele pudesse ser um pouco melhor, mas, de forma geral, as cores em preto e branco e a atuação impecável dos atores é realmente algo bem empregado. Que sirva como mais um material para comprovar que devemos, como sociedade, sempre estar atentos para que isso não ocorra novamente.

Infelizmente eu tive a péssima ideia de ficar vendo esse estrume passar na Globo. Que filme sem lógica e cheio de energia negativa. Fiquei me sentindo mal do início ao fim. História sem pé e nem cabeça e término tosco.

Mas para que não digam que sou um mero ignorante, entendo que o filme relata sobre os perigos da juventude, com suas atitudes irresponsáveis e sem escrúpulos, jogando no lixo qualquer senso de moral e ética.

Por conta disso, não pelo fato de eu querer ser puritano, mas por não me sentir bem com esse tipo de comportamento e energia, acabei me sentindo mal e achando o filme uma bosta.

Apesar de ser um completo estrume, o filme é bom para refletir acerca dessas questões.

O que fiquei pensativo foi no rapaz que soltou as garotas da prisão. Ele fala frases desconexas como se o filme fosse um "sonho".

0,5 apenas por conta da reflexão.

Sou suspeito para falar, pois LCDP é uma das poucas séries que me prendem e que me fazem ter prazer em assistir a algo.

Nessa temporada houve um grande esforço por parte do elenco para poder produzir essa última - e desafiante - temporada.

Acredito que desde o início já sabíamos que LCDP possui elementos de ficção que dão dinamismo à série. O fato de terem estendido a série, como vi muitos reclamarem, não acredito ser a pior coisa do universo.

De fato, para alguns, tenha sido algo que foi algo negativo já que demanda mais esforço para manter uma linearidade confiável, o que acaba por ser o fator que deixa várias pessoas chateadas.

Apesar desses detalhes, eu gostei desse penúltimo volume da série. Eu acredito que a parte onde entra o exército era mais do que esperado, já que é o último recurso militar a ser usado e que, como sabemos, tende a não falhar, e faz sentido no momento em que a situação do roubo chega ao clímax.

Como tudo não é perfeito, obviamente, vou tecer minhas críticas. A primeira delas, que é algo que já perdura nas outras temporadas, é o fato de as armas terem munição quase que infinita. Os fuzis de assalto da série geralmente possuem entre 30~45 projéteis, mas eles atiram como se fosse uma metralhadora de guerra (como a Browning) e não como fuzis normais. É claro que isso é para dar dinamismo às cenas, mas eles exageram.

Outro ponto são algumas cenas extremamente improváveis que só foram colocadas lá para conseguirem dar linearidade à história, como o fato do Arturo pegar em armas, algo que não tem lógica já que nas outras temporadas esse cara teve chances maiores (olhando por uma visão lógica). É claro que há outros elementos que alguns consideram dignos de "novela mexicana", mas não faz sentido tecer essa crítica à atuação deles uma vez que a série tem essa "estética" desde a primeira temporada.

E para todas as pessoas que criticaram pelo fato dessa série ter menos pensamento "inteligente", na verdade, não faz sentido já que se encontravam encurralados, e, por essa lógica, faz sentido que o exército entre e "acabe logo tudo de uma vez", o que gera o tom beligerante, algo feito propositalmente. Claro que queríamos ao menos um pouco da inteligência do Professor, mas o papel de Alícia seria quebrado. E, repito, o tom beligerante seria extinguido.

Vejam o Making-off final para entenderem melhor a proposta.

Também aceito comentários que possam melhorar meu pensamento e visão crítica sobre a série.