Mariana Klafke

Hey Mari :)

Aqui também está tudo uma correria, e não ando vendo absolutamente nada de filme. Para não dizer absolutamente nada, eu assisti "Cinderella" no cinema com uma amiga (eu amo os clássicos da Disney, e eu gostei muito dessa releitura). Mas acho que foi só.

De resto, um episódio de série aqui, outro ali e mais um acolá, antes de dormir, mas nunca o suficiente para terminar uma temporada. Então ainda nem posso lhe dizer o que achei de "The Fall", recomendação sua.

Mas posso dizer que amo "Después de Lucía" e "Lilya 4-Ever", que já tinha assistido antes de você recomendar e são favoritos meus. Os dois filmes são incríveis e muito sofridos, mas retratam com muita propriedade duas realidades não tão incomuns a mulheres jovens. É até difícil falar deles - para mim - porque foram filmes que eu senti bastante, me incomodaram de maneira bem profunda. Não foi só aquele sofrimento catártico de ver um drama pessoal com o qual você se identifica ou pode simpatizar, mas toda a amargura, raiva e indignação de ver comportamentos humanos que realmente acontecem sendo reproduzidos de maneira tão dura na minha frente e não poder fazer nada. Enfim. Se souber de mais filmes semelhantes, por favor não hesite em recomendar. Eu acabei de lembrar do "Miss Violência", que me fez sentir de maneira semelhante.

Vou tentar assistir esse "Pães e Rosa" que você falou, mas confesso que tenho uma relação conturbada com o diretor, o Ken Loach.

Mas e você? Como está? O que tem visto? Chegou a ver algum daqueles nossos filmes de injustiças no tribunal?

Beijos,

Oi, Mariana! Como você está?

Primeiro, desculpa o sumiço. Eu estava com um problema no computador e ele só voltou hoje para mim, e você não imagina meu alívio de não ter perdido meus filmes e poder voltar a digitar num teclado que não é touchscreen. De qualquer forma, desculpa. Vou tentar ser mais ágil.

Como pode imaginar, não vi quase nada nesse meio tempo. A maioria eu vi no cinema ou nos Popcorn Time ou Netflix da vida. Coincidentemente, muitos são os mesmos que seus...

O que achou de "Lucia de B"? Um filme nessa vibe e que é MARAVILHOSO e recomendo é "Central Park Five". Tem no Netflix americano. Acho que já tinha comentado com você, é sobre mais uma condenação injusta da história norte-americana. O curioso é que, neste filme, eles focam mais em como se constrói uma confissão falsa. Tem também, neste, o fator preconceito, que havia no West of Memphis, mas neste caso o fator é racial. É muito bom, é documentário também.

Ainda neste tema, vi o caso dos irmãos Naves, e sem dúvida foi um dos melhores que vi esse ano. É doloroso demais.

Fiquei contente que tenha gostado de "Círculo". É um golpe fortíssimo. Se por um lado eu acho terrível a situação, eu acho lindo que exista essa consciência que os mova a fazer arte dessa forma. Eu vi outro filme do mesmo diretor, também feminista (o filme), mas com um ar bem mais leve: "Fora do Jogo". São meninas tentando assistir um jogo de futebol da seleção iraniana. Evidentemente, elas são proibidas e tentam entrar disfarçadas.

Já tentei ver "The Fall" há muito tempo, não lembro muito bem o que achei, mas sempre ouvi falar que ela tem uma construção feminista. Vou tentar assistir. Eu amo séries de investigação criminal também, quais você assiste? Eu gosto das séries no estilo procedural (SVU, Criminal Minds), mas também séries como The Killing, True Detective, etc.

E The Fall tem a eterna Scully, né.

Enfim, desculpa a demora novamente.

Beijos e bom restinho de fevereiro!

Hey Mariana :)

"Ônibus 174" é mesmo um soco na cara. Eu (respondendo a outra pergunta) sou do Rio e lembro quando tudo aconteceu; eu tinha uns dez anos, minha mãe se atrasou para me buscar na escola porque a cidade estava parada e meu pai estava viajando e eu morria de medo de ficar sem ele em casa. Vendo aquelas cenas pela TV, meu medo acentuou mil vezes e fiquei aquela noite sem dormir. Ver o filme e conhecer o Sandro, as razões que o levaram até aquele momento foi como um soco na cara mesmo. Aqueles medos juvenis, típicos de classe média de que um homem sem rosto invada seu apartamento com toda segurança para lhe roubar o computador que você pode repor (naquela época, um bem valioso, né), enquanto ele efetivamente viu a mãe morrer, viveu na rua, escapou de uma chacina e tanto mais... não foi fácil. Filme cru, maravilhoso. Eu o adoro. Já perdi a conta de quantas vezes vi.

Esse "Gummo" parece interessante! Ando num desânimo para ver filmes, fazer o que quer que seja, dormindo mais de quinze horas por dia, sentindo que a depressão vai voltar a qualquer instante. Essa sinopse, ao menos, parece instigante o suficiente para sair desse estupor e apertar o play.

"Círculo" é o tipo de filme que me faz maravilhada com a capacidade crítica de alguns diretores. Inclusive, o Jafar Panahi, diretor do filme, foi preso e proibido de fazer filmes por ser contra o regime iraniano - o que resultou no "Isto não é um filme", que ainda não vi porque quero conhecer a filmografia do diretor antes de me aventurar na 'não-filmografia' do mesmo, rs.

"Até que a Sbornia nos separe" é gaúcho, né? Pelo que li... não sei mesmo onde veria, mas vou marcar aqui. Vai que um dia aparece e eu tenho a chance de ver. Você mora em que parte do Rio Grande do Sul? Porto Alegre mesmo?