Últimas opiniões enviadas
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Este mais novo trabalho de Zvyagintsev muito me encantou desde seu plano de abertura. Para mim, não apenas o melhor longa do diretor, como também o melhor filme do ano até o momento. Sua abordagem lenta e cáustica só acrescenta à narrativa sobre seres humanos perdidos e incapazes de entender seus papéis em suas próprias vidas. "Loveless" utiliza de sua fotografia magistral para nos alocar em um ambiente frio, sujo e linear, onde as personagens são constantemente fotografadas atrás de vidros ou pressionadas pelas linhas retas dos ambientes que os cercam. O roteiro é doloroso e reserva questionamentos extremamente pungentes e reais e, nisso, é complementado pela montagem lenta e contemplativa que só aumenta a sensação de passagem do tempo e ostracismo. Muito, mas muito superior ao fraco "Leviatã" (filme anterior de Andrei), dificilmente a Rússia produzirá algo melhor que esta obra-prima nesse ano.
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Thriller absolutamente bem construído não apenas em narrativa, como também em técnica. A tensão e o suspense apenas aumentam no desenrolar pausado e contemplativo do roteiro, cuja história apresenta um desenrolar muito à frente de seu tempo. Para além da superfície, ainda discorre sobre padrões de beleza e até que ponto o egoísmo humano prevalece sobre a liberdade dos demais. A fotografia é sublime e extremamente eficaz durante toda a projeção, não apenas pela forma como usa a neblina em prol da narrativa, mas também nos momentos onde as imagens se apresentam mais sóbrias. Como se não bastasse, ainda ousa na violência gráfica e abusa desta com inteligência para evocar no espectador a sensação de desconforto e angústia que permeiam durante toda a projeção.
Últimos recados
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virgínia
como vc conseguiu assistir a grande testemunha?
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Lucas
Ontem eu resolvi apagar todos meus recados aqui do Filmow, e acabei me deparando com várias conversas minhas com você e outros antigos amigos daqui. Triste pensar que eu já perdi o contato com a maioria, e eu nem sei dizer por quê. Acho que eu sou muito ruim em cultivar amizades...
Cara, você já no terceiro ano em Gramado, e eu aqui acompanhando só de longe. Queria muito. E deve ser o cenário perfeito pra dar uma de romântico, né? haha
Então, eu tô muito ansioso por esse novo da Bodanzky, por mais que eu não seja um dos entusiastas dela(apesar de achá-la muito boa sim, só não tudo isso que algumas pessoas falam). E ainda preciso conferir "O Filme da Minha Vida" também, dizem que é belíssimo, e vindo de alguém com a sensibilidade do Selton Mello, não duvido nada.
Eu adoro o Pablo Villaça aaaaa. É um dos poucos críticos brasileiros que eu acompanho e respeito muito a opinião. O cara tem um conhecimento e olhar pro cinema, que é inacreditável. Deixa muitos "medalhões" do cinema no chinela. Sem falar que parece ser muitíssimo simpático.
Só uma coisinha que eu não poderia deixar de notar, você adicionou "Jason X" aos filmes que já viu. Meus pêsames, hahaha.
Vamos nos falar sim, eu continuo firme por aqui.
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Lucas
Te stalkeando, eu tenho a sensação de que você foi pro Festival de Gramado, again!
Como foi lá, amigo?
Poucas vezes nos últimos anos o martírio foi tratado de forma tão tocante e verdadeira. E o mais irônico é ter sido feito por um filme cujo protagonista é um fantasma por demais caricato, com direito a lençol e juros nos olhos. O fato é que "A Ghost Story" não apenas é um filme brilhante e universal ao tratar da perda e dificuldade de superação de um amor passado, mas um exercício de estilo absolutamente bem conduzido e orquestrado. Certamente apresenta um dos melhores trabalhos de direção do ano por demonstrar feitos tecnicamente dificílimos, como diversas sequências que mesclam muito bem a melancolia, o macabro e o cômico. Dono ainda de uma das melhores fotografias do ano e uma montagem espetacular, "A Ghost Story" é uma pérola que merece ser assistida e compreendida em sua totalidade, já que mesmo sendo um ensaio sobre um fantasma preso em seu limbo, também representa o que há de mais intrínseco na forma como nós humanos nos relacionamos com o próximo.