Lucas Albuquerque

Leviatã é poesia dramática acerca das relações entre indivíduo e autoridades, sejam estas últimas de qualquer espécie. Uma verdadeira obra de arte.

Quem é fã do Renato Russo e da Legião Urbana pode até ter reconhecido peculiaridades do músico e da banda no longa, entretanto os atores e o diretor deixaram a desejar. A história é boa por si só, mas faltou técnica, o que fez com que o filme trouxesse uma boa pitada de amadorismo, percebido em cenas forçadas e um tanto quanto organizadas demais pra realidade. Com exceção da grande semelhança entre o ator Thiago Mendonça e Renato Russo (em sua juventude), faltou experiência a Mendonça na condução do personagem. Do mesmo modo não gostei da atuação de Marcos Breda, que faz o papel do pai de Renato, também em uma atuação bastante pobre. Todas as observações supramencionadas levam o público à inevitável comparação com o filme "Cazuza", onde há muito mais profissionalismo, tanto na parte técnica (direção) quanto no trabalho dos atores (Daniel Oliveira e Marieta Severo). No entanto o filme narra de uma forma clara uma parte da história das bandas de rock que saíram de Brasília naquele período, o que é interessante não só aos fãs da Legião, mas todos os que acompanham bandas como a Plebe Rude, Capital Inicial, Paralamas do sucesso, entre outras.

Viver é fácil com os olhos fechados é um filme com roteiro singelo e apaixonante. Os críticos diriam que está cheio de clichês, mas em minha visão a simplicidade do longa o eleva ao topo. Javier Cámara em todo seu carisma deixou a bela estória de um apaixonado por Beatles ainda mais cativante. Cabe lembrar também da lindíssima fotografia, quente e ensolarada da Espanha nos anos 60, está de parabéns.