Augusto Kuarupp

Rapaz... juro que esperava mais.

Não contribui com nada novo na temática "filme de professor filho da p*** versus aluno". Ainda que o roteiro seja bem amarrado - até porque bastante simples; e o filme não seja longo - o que é uma das suas qualidades - não achei exatamente um título definitivo para o estilo.

Entretanto, se você gosta de música, sobretudo, bateria... certamente é um filme pra assistir com amigos numa sessão em que ele não seja o único.

Na minha modesta opinião: Três Estrelas.

Assim como em "Tron: O Legado", o diretor perde a mão do meio para o final. Um grande começo, e um finzinho piegas, meio solto, meio perdido, meio "mefudinocortefinal".

Atenção: SPOILER do início ao fim:

- Nutri simpatia pelo deslocamento do universo da história, em relação à primeira filmagem, para dentro do próprio planeta. Ademais, as possibilidades arquitetônicas, visuais e de arte ficaram mais fartas, a para os que já haviam assistido à primeira versão, causou uma impressão de novidades;

- Falando nisso, a Direção de Arte foi bastante acertada e criativa, tanto no que era reconstituição, quanto no que era ficcional - algo no estilo Spilberg;

- Aliás, a Direção Geral também foi à contento. Todas as sequências de movimentação estavam limpas, ou seja, se entendia tudo o que estava ocorrendo - diferente das sequências de ação de Michael Bay, por exemplo - um comedido e preciso uso "Travelling" em algumas cenas de luta - eu até teria usado mais um pouco - mas enfim... não abusou-se;

- Le Parkour é uma tendência nos filmes de ação - fato;

- Um dos maiores defeitos da direção - e roteiro até certo ponto - foi em dois momentos cruciais em que citavam a a versão anterior do filme: a descoberta e extração do localizador; e o uso da máscara de disfarce - ambos foram feitos de forma apressada sem a busca da revelação do inusitado que houvera no primeiro filme. Ainda que alegue-se que não dava para provocar a mesma surpresa, o fato é que não houveram outros momentos importantes ou similares que substituíssem o clima de descoberta, e isso causou uma certa frustração nos que já haviam assistido a versão do Schwarzenegger;

- Já não posso falar o mesmo da escolha do Casting foi péssima. Afora o próprio Colin Farrell, ninguém mais digno de nota ou de lembrança;

- As atrizes-modelos desfilaram muito bem em cena, mas não deveriam nem abrir a boca, nem serem pegas de surpresa no Close-Up;

- O roteiro nos ofereceu alguns pecados: diálogos non-sense; revelações inconsistentes e com pouca credibilidade; e, o último Plot e tudo a partir dele até o desfecho, com escolhas bastante discutíveis;

Impressões Gerais: No grosso, o filme vale o ingresso que custa - entretenimento com um toque seriedade. Valeu também por colocar Colin Farrell outra vez no universo Ação Sci-Fi - aliás, ele é um ator bem razoável para papéis que envolvem tensão psicológica.

- A ironia aqui, é que foi ele mesmo, um dos cotados a substituir o Pierce Brosnan na franquia 007. Chegou até a mostrar que ficava bem de terno e cabelo penteado em Minority Report - mas por algum motivo, o loiro foi escolhido - e desde então, ele não emplacava mais nada interessante.

- Vendo Jeremy Renner no cartaz de "O Legado Bourne" enquanto esperava na fila para entrar para "O Vingador do Futuro", pensava cá comigo: esta era uma oportunidade para este Colin Farrell de agora - espero que de agora por diante, ele acerte o prumo da carreira, ele merece.