Vinicius

Summer Camp Island é o equilíbrio entre a doçura de um bom desenho infantil com a reflexão de temas pertinentes para qualquer idade. Alguns bem típicos como o valor da amizade, empatia e outros bastante inusitados como justiça, verdade, enfrentamento dos próprios sentimentos e da inevitável maturação/envelhecimento. No mais, recomendo assistir na companhia de uma criança, como assim o fiz com meu irmão de 11 anos. É uma boa forma de conversar sobre questões essenciais com as crianças, sem ser pedante.

Amo demais! Meu sonho era encontrar alguém tão legal como a Jody pra ser parceira de aventuras.

Tive a impressão de que Del Toro queria falar de muitas coisas em um só filme. Por vezes senti que o romance entre Elisa e a Criatura perdeu a potência e a magia quando cortava para a trama de outro personagem, fazendo com que concluamos que ele não teve a pretensão de um foco central e exato, mas vários.
Achei de um charme majestoso a trilha sonora e isso foi o que mais me prendeu ao filme após o termino: vintage, lírica e amorosa. Algo que soa bem nostálgico para quem se encantou pela trilha - e estética - do francês "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2002)", o qual os adjetivos se equiparam com este.
Belo, estéticamente, mas a ambição de Del Toro em abordar questões de raça, sexualidade (temas emergentes) e de um amor atípico, acabou por economizar a profundidade de cada uma dessas questões, beirando um modo "comercializado" de mostrar a um público mais engajado, mas perfeitamente convincente para acesso rápido. Mesmo assim, recomendável. Pela sutileza e beleza imediatas que se repara à primeira vista.
ps¹: depois de protelar bastante por conta de um medo particular de criaturas aquáticas da fantasia, consegui - na companhia de outros - assistir o filme. e foi engraçado me perceber admirando a fofura da criatura e querendo abraçá-lo em muitos momentos (mas ainda com certa cautela porque vai que, né? haha)