Eduardo

My Father transporta o expectador ao universo confuso, cruel e aterrorizante do mal de Alzheimer de forma magistral.
O filme é delicado, dinâmico, a fotografia é belíssima e os atores fazem um trabalho estupendo.
Nesse universo a capacidade do protagonista de sorrir, ou de fazer o máximo para lidar com as confusões com naturalidade, ainda que por breves momentos, demonstra o verdadeiro caráter dócil é gentil de Anthony.
Esses breves momentos de luz, se tornam impossíveis de se sustentar nos momentos em que a confusão mental o atinge de forma tão ostensiva que não lhe resta nenhuma opção se não, ser hostil, sarcástico e até mesmo violento.
Somos capazes de desenvolver extrema empatia com Anthony e sua filha(Olivia Colman), esperamos a todo momento por um desfecho feliz. Nada passa de uma ilusão que nós mesmos nos deixamos acreditar, uma vez que não há nenhum final feliz conhecido para essa maldição.
O final do filme foi uma das cenas mais bem executadas e tocantes que tive a oportunidade de contemplar.
Anthony Hopkins você é um Deus, Olivia Colman você é uma Semi-Deusa.

Fui assistir o filme sem a menor noção do que se tratava por indicação de uma amigo.

De início fui surpreendido por um estilo de filmagens com Câmeras simples e múltiplos cortes de cena. O que me gerou estranheza de cara, mas só depois cheguei a conclusão que se trata do diretor dando uma sinal para a indústria e para o público que não é preciso equipamentos de ultima geração, Hollywood e um estúdio gigante para fazer uma obra que toque profundamente o coração.

Selma é uma mãe sensível, ingênua mas acima de tudo que não mede esforços e estaria disposta a literalmente tudo para poupar de sofrimento seu filho.

O amor da protagonista pela música é algo inquestionavelmente nato, que em outras condições de oportunidade a fariam provavelmente ter uma carreira prospera e cheia da realizações. Já na vida real, a função dessa paixão pela musica se trata de breves momentos felizes que proporcionam uma fuga da realidade visceral e cruel na qual ela está inserida.

Fui obrigado a pausar o filme diversas vezes no inicio por conta da extrema tensão gerada pelas inúmeras Armas de Chekhov que são entregues no 1 ato, que não necessariamente se concretizam(graças a deus). Dentre essas estão, a eminencia da escuridão eterna, a eminencia do fracasso, a eminencia da traição, a eminencia da pobreza e a eminencia da violência.

O decorrer do filme se torna ainda mais agonizante por conta das injustiças cometidas, lágrimas correrão em inúmeras cenas, e quanto ao final, bom sobre o final prefiro não comentar.

Politizando um pouquinho, acho que em linhas gerais acho que o diretor tenta mostrar que sair de um país "Comunista" e ir para um país "Capitalista" que promete a liberdade, em linhas gerais pode não funcionar para todos.

Nesse país prometido, tomado pelo consumismo, de um lado existem pessoas que gastariam alguns milhares de Dólares em um jantar chique ou em um fim de semana esquiando. No outro extremo existem pessoas extremamente pobres que os mesmos milhares de Dólares são exatamente a diferença entre viver e morrer.
Nota 9,3

Apesar de logo de cara você ficar com um gosto ruim na boca porque nao tem nada pra se gostar, na historia e nos personagens, você começa involuntariamente a curtir o filme.
Fatores principais pra que isso role sao, o dinamismo do filme, as notas humorísticas, e a trilha sonoro muito bacana o tornam interessante de se ver.
A forma como o vilão é apresentado é bem execuatada.
O filme tudo pra ir crescendo e crescendo, só que pessimas decisoes de roteiro sao tomadas, o que gera muitos furos personalísticos nos personagens.
O final é recompensador.
De todo modo, nota 7.1.