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Últimas opiniões enviadas

  • Felipe Leite

    Amores de Chumbo tem uma forma peculiar de tratar um tema que, pelo menos pra mim, é pouco trabalhado no cinema: o amor na terceira idade. Sei lá, esse tema MUITO raramente é o foco de um enredo e aparece apenas como algo que acontece, mas não é explorado, enfim. Daí entra o mérito da Tuca Siqueira de explorar a relação passada das personagens, mas deixando os fatos surtirem efeito no presente. Tais cenas seguem um ritmo mais lento, com momentos longos de silêncio, mas isso não é necessariamente ruim. Pelo contrário: mostra a capacidade dos atores de saberem passar a mensagem sem 'apelar' pro caricato.

    Achei muito legal também a escolha de Recife como cidade retratada no filme. Além da cidade acabar se tornando um personagem também, é bom porque a maioria dos filmes que têm a ditadura militar como pano de fundo concentra seus enredos em São Paulo (O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, entre outros) e Rio (Deslembro, por exemplo).

    Eu também acho que destoa dos outros filmes de ditadura porque o foco aqui é outro. Não é sobre o período em si, mas sim do efeito que ele teve nas pessoas. O ponto de vista de cada uma das personagens guia diferentes percepções sobre acontecimentos de uma época que, muito infelizmente, foi marcante aqui no Brasil.

    Por fim, Amores de Chumbo é daqueles filmes que sempre serão relevantes, mas mediante o cenário político daqui, é AINDA MAIS essencial. Essa ascensão eleitoral do conservadorismo aqui casa com a multiplicidade de percepções quanto à ditadura militar - ou seja, a relação com a realidade atual é a grande sacada do filme.

    Muito do caralho.

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  • Felipe Leite

    Primeiramente: James Vanderbilt e filmes de jornalismo é match made in heaven, rapá.

    E em segundo, mas com certeza não menos importante, que atriz do CARALHO é a Cate Blanchett. Sério.

    Quanto ao filme em si, poucas vezes me lembro de um filme que tenha retratado tão bem a dinâmica do jornalismo - sou formado na área e já trampei em redação, e a abordagem de 'Truth' com relação a isso é bem fiel e verídica. Mesmo. É isso daí que rola em casos reais, como foi esse do Bush.

    Isso dito... acho que o principal atrativo do filme é o impacto da revelação e denúncia iniciais. E isso se perde um pouco devido à própria estrutura de narração. Não consigo definir se é 'arrastada' ou meio com aspecto de novela (o que acaba sendo redundante, né), mas é isso.

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  • Felipe Leite

    Talvez eu viaje nessa, mas lá vai.

    "A internet me aproximou do mundo, mas me distanciou da vida.” Essa frase do Martin é sintomática e, pelo menos pra mim, dá pra entender como síntese de correlação do filme com os conceitos de sociedade do espetáculo, do Guy Debord, um dos maiores escritores franceses.

    A teoria do Debord fala, de maneira brutalmente resumida, que o espetáculo pode ser visto como um conjunto de relações sociais mediadas pelas imagens. E é justamente em cima disso que o Taretto deita e rola com a condução do filme. Um exemplo disso é quando o Martin compara a mulher do encontro com um Big Mac e, no fim, se vê enganado imageticamente nessa relação social. Ele é "só" um mero espectador contemplativo daquilo que acreditava ser uma representação de seus gostos pessoais.

    Isso rola pelo lado da Mariana também. Se pro Debord a imagem sustenta tudo... nada melhor que a representação de uma arquiteta que trabalha como vitrinista para o protagonismo do filme.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Esses foram os “caminhos seguidos” pelos dois personagens até a união dos dois, ao final do filme.

    Tem um trecho muito bacana também em que uma simples queda de energia interrompeu toda a conversa introdutória e envolvente que os dois protagonistas tinham, online, onde puderam se conhecer melhor. Logo depois eles se encontram por acaso em uma loja com a mesma intenção, a de comprar velas, trocando poucas palavras um com o outro. Isso mostra bem a sociedade do espetáculo: como toda construção prévia de tal relacionamento era puramente imagética e representativa, a fragilidade de um acontecimento, aliada com o anonimato da internet - que acaba sendo um plano que permite e viabiliza ainda mais o mundo de imagens e representações - determinou que ambos não pudessem “transmitir” para o mundo real suas interações. E isso é meio doido de se pensar.

    Enfim, tudo isso pra dizer que é um filme lindo, lindo. Deixa o coração quentinho mesmo.

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