Gabriel Mendes Dias

Terminei de ler a incrível Graphic Novel escrita por Alan Moore e resolvi então assistir o tão comentado filme pra tirar minhas provas. As primeiras cena é INCRÍVEL, Comediante partindo pra morte ao som de Nat King Cole em uma mistura de direção e edição impecável. Os créditos inicias dados junto a 'The Times They Are a-Changin' caminham de uma forma muito agradável mostrando os dias de glórias dos mascarados, porém, erra ao misturar fatos históricos com os super-heróis: como o Comediantes sendo responsável pelo assassinato de Kennedy (no HQ isso é apenas suposto por Rorschach, podendo claramente ser apenas mais uma de suas paranóias), ou o beijo de Silhouette no Dia D (no HQ assim que descobriram sua sexualidade, ela foi expulsa do grupo e depois assassinada, algo bem mais sutil). Mas tudo bem ,esses são problemas menores.

Começamos então no mesmo ponto onde a primeira HQ começa, o problema: todos os diálogos dos quadrinhos e planos colocados nas imagens são repetidos nos filmes. Você provavelmente está gritando comigo: 'DESDE QUANDO ISTO É UM PROBLEMA?' Desde sempre! Quadrinho e Cinema tem linguagens bem diferentes! Como o próprio Alan Moore disse, ele escreve uma obra que só deveria funcionar nos quadrinhos. Diversos diretores já tentaram adaptar a obra antes, sem sucesso. Copiar a HQ e colar é uma ideia bem estranha, eu me senti assistindo a uma paródia da Graphic Novel.

Os personagens protagonistas são representados de forma bem curiosa. Enquanto Rorschach e o Comediante estavam incrivelmente bem construídos e o Coruja estava crível, a Spectral estava aleatória e o Ozymandias e o Dr. Manhattan...
Durante toda a HQ o Dr. Manhattan se demonstra um personagem com problemas de captar sentimentos, porém, bem ciente do que se passa a sua volta e sobre seus próprios pensamentos, porém no filme eu só vi um homem que pensava feito criança. Ozymandias é um caso pior. Na HQ o homem precisava ter um carisma absurdo para poder convencer as pessoas e demonstrar sua superioridade intelectual. No filme eu vi um homem ranzinza com cara de vilão de Kick-Ass que mal saía de sua sala. As mudanças de cenas entre os personagens que a guiarão ficaram bem confusas também.

A mudança do final pode ser mais cinematográfica e tudo mais, porém, considero ela muito falha. Dado ao fato de que o Dr. Manhattan é todo o tempo colocado como arma americana, seus ataques deveriam justificar ataques em massa feitos aos Estados Unidos e não uma união entre todas as forças.

E por fim, eu nunca vou entender como vocês ama a trilha sonora desse filme. parece que é só colocar uma música que as pessoas gostam e o uso delas já é justificável. Tirando a trilha inicial do filme, todo o resto achei pessimamente utilizado e encaixado. Parecia apenas uma desculpa esfarrapada para usar as músicas citadas por Moore na HQ.