Helena Carvalho

A ideia é maravilhosa, chega a ser utópica. Mas é fácil ser minimalista-quase-extremo quando você não tem nada a se apegar, que aparentemente é o caso dos dois amigos. Largaram tudo? Não diria isso. Diria apenas que mudaram de profissão. O trabalho de ambos é vender. Vendem o documentário (e no documentário), vendem seus livros, vendem seus workshops, pedem doações. E eles fazem isso muito bem.

Como eu falei, é fácil quando não tem nada a se apegar. A realidade da grande maioria é totalmente distinta. Provavelmente vivem em restaurantes de alto padrão, usam roupas de alto padrão (até porque, vamos concordar, grande parte das coisas hoje em dia são praticamente descartáveis e se você usa muito algo, logo essa peça se torna inútil) e vendem isso como se fosse acessível. A realidade deles não é acessível, mas a ideia sim.

Tiro como proveito somente isso: A ideia. E a ideia não é sobre ter, mas o estilo de vida. Que qualquer um (qualquer um mesmo) pode procurar adotar um estilo de vida mais minimalista: Doar o que não usa, repensar as compras, e praticar esse desapego material. Só que a imagem mostrada, é um extremo que com certeza afastam muita gente fazendo acreditar que é possível se livrar de 90% das coisas pra adotar esse estilo de vida, sendo que pra mim, vai além de jogar coisas foras. É sobre repensar, nem que seja daqui em diante.

"it's hard to stay mad when there's so much beauty in the world" ♡