Isabela

Adoro!

Acabei de assistir e só pude pensar no momento atual em que vivemos uma crescente naturalização da mílicia, onde o presidente da República e sua família estão envolvidos em casos de mílicia do Rio de Janeiro. Assim como a naturalização da violência e o senso de justiça da classe média, e como isso é característico dessa classe. Uma cena me marcou em que é colocado que vivemos em um país que morrem de fome e era uma afronta dirigir um carro importado, e toda revolta a cerca do roubo do carro. A revolta é seletiva, assim com a justiça institucional é falha. E a consciência de categoria do Sargento colocada como justificativa e súplica ao personagem do Daniel de Oliveira fazem do filme realista, mesmo tendo-se passado 12 anos.

Os elementos das religiões de matriz afriacana, o elemento da dor de Margarida,o contexto realista de um país como o Brazil com z mesmo de colônia, e toda a sua desigualdade de classe, os corres pra fazer uma moeda, a solidariedade que parece ser um elemento de resistência em tempos de individualismo que estamos. A sacada de tentar sair de uma lógica estigmatizada do ator negro enquanto traficante, favelado, másculo, no personagem do Babu.. A cadência do filme, percorrendo a dor, a tentativa de aproximação e de desejo despertar vontade de viver noutro, mais uma vez solidariedade, com delicadeza. Respeito, filmaço!