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Últimas opiniões enviadas

  • Joy Albuquerque

    Eu tenho costume de escrever comentários longos, artigos sobre filmes e documentários que considero importantes, mas esse me travou. O único relato que consigo fazer e ainda em choque é: esse foi o melhor filme de terror que já vi!

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  • Joy Albuquerque

    "Deus Não Está Morto" é uma afronta ao intelecto:

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Crítica:

    Sim, é um filme de cunho religioso, não devemos nutrir grandes expectativas, mas nos primeiros minutos lá estava eu, empolgada com o professor de filosofia. Como não ser seduzida pela inteligência e sensatez? Pois bem, primeiros minutos.
    Ainda na primeira aula, Kevin Sorbo apresenta aos alunos uma sequência de nomes importantes da filosofia e destaca o que há em comum entre eles: são ateus. Articulado, Sorbo usa o sarcasmo, o conhecimento sobre tais personalidades, mas comete um erro grave, assim, já de cara: exige uma opinião unânime dos alunos. O pedido é que todos escrevam no papel “Deus está morto” (ou God is Dead) e o intuito fica relativamente claro: como Deus não existe e todos estamos de acordo, já podemos adiantar a matéria. Mas eis que surge algo inesperado, um dos alunos, Josh Wheaton, se recusa a escrever e justifica: “Não posso, pois sou cristão”. O professor gasta uma meia dúzia de palavras e mesmo assim Josh insiste em não atendê-lo. Ao término desse diálogo, caros amantes do cinema, inicia-se um dos filmes mais pedantes (e vergonha alheia) já produzidos, pois o mesmo consegue unir parte das piores coisas que existem no mundo: preconceito, abuso de esteriótipo, extremismo, clichês, falácias, maniqueísmo e apresentação no Power Point.

    Ao aluno foi feito um desafio: se conseguisse provar nas próximas três aulas que Deus existe, não haveria maiores complicações e ele seria aprovado.
    Terminando a aula é a vez de uma sequência de cenas que dão a ilusão de que esse filme ainda tem salvação, ele ainda pode ser honesto. Josh está com sua namorada que o pede para desistir da ideia de desafiar o professor, então ele diz:

    ”Eu sinto que Deus quer alguém para defendê-lo.”

    Alguma semelhança com os pastores que pregam insistentemente o tempo todo, padres e pessoas que ficam compartilhando a foto de Jesus na sua timeline?

    Logo após, outra cena contribui para aquele raciocínio do garoto Josh. Aparece a menina que precisa esconder o rosto por causa do pai conservador, radical, sistemático e o mesmo olha para os jovens da universidade e diz:

    ”Nenhuma dessas pessoas veneram a Deus, não como ele espera ser venerado.”

    Logo, essas duas frases servem para indagarmos: o que um aluno desse está fazendo na aula de filosofia? E que Deus é esse, tão grande, misericordioso, que criou sozinho o universo, mas não pode se quer assistir a um professor reprová-lo (ou não aceitá-lo)? Que Deus é esse que necessita tanto da nossa veneração? Com essas mesmas frases que deixaram os cristãos emocionados na frente da tela, é a que nós, imparciais, entendemos como “um tiro no pé”, Deus nesse momento não é apresentado como um ser bondoso, mas como um vaidoso inseguro.

    No desenvolver da trama é possível notar enormes falhas, tais como discursos vazios, citações distorcidas (algumas inventadas), diálogos entre universitário e professor inacreditavelmente infantis… Vale a pena continuar? Eu continuei.

    Numa tentativa mal sucedida – devido às péssimas atuações, roteiro piegas e direção escrota – o filme é inteiramente produzido com cenas desconexas (daquelas que o grande Alejandro González Iñárritu faz com maestria) e claro, no final tudo fará sentido e todos os personagens se encontrarão. Mas enquanto isso não acontece, muitas pérolas ainda estão por vir.

    Em determinado momento fica escrachado que o filme é voltado para um público específico. Não são cristãos, não são ateus, são leigos, pessoas facilmente manipuláveis, desprovida de qualquer conhecimento teológico ou científico e essas mesmas são as que se julgam inteligentes demais para questionar qualquer coisa, inclusive porque o filme recebeu tantas cíticas negativas. Entretanto, o público satisfeito e defensor do longa é majoritariamente (ou exclusivamente) cristão, o que me deixaria muito puta se eu compartilhasse a mesma crença.
    Mas não é necessário um cérebro avançado para notar que “Deus Não Está Morto” é tendencioso em demasia. Quanto mais se conhece os personagens, mais esteriótipos e discursos forjados são empurrados goela abaixo do telespectador, que é engasgado pelos absurdos que se estendem e obrigado a aceitar que: cristãos são pessoas dóceis, bondosas e justas, enquanto ateus são seres repugnantes que no fundo não duvidam da existência de um ser supremo, apenas alimentaram uma raivinha por ele.

    Mas como se não bastasse, os cristãos também terão uma vida próspera e os ateus uma sequência de catástrofes. Estamos, agora, diante das melhores cenas.

    Uma das atrizes coadjuvantes (aquela que precisa esconder o rosto) é pega pelo irmão mais novo ouvindo a palavra de Jesus, ela então implora: NÃO CONTE AO NOSSO PAI, PROMETA QUE NÃO CONTARÁ!
    Mas ele conta. E a menina apanha do pai. E a menina diz ao pai que acredita sim em Jesus e que ele morreu por ela. E a menina é expulsa de casa como quando uma garota conta aos pais que prefere a Barbie ao Ken. E essa belíssima cena de fidelidade à Deus não acaba assim. Ora, vão mesmo estragar essa obra cinematográfica com a garota jogada aos trapos na porta de casa? Claro que não. Ela também é acolhida com todo fervor pelo padre azarendo (não se esqueçam dessa parte) que nunca consegue ligar nenhum dos carros que tenta para fazer uma viagem, cuja explicação para falha técnica é sempre a mesma:

    Deus é bom o tempo todo… E o tempo todo Deus é bom.

    Temos também uma jornalista que namora um ateu (nessa circunstância é importante destacar) bem sucedido. Eles marcam um jantar e ela interrompe a conversa para anunciar que está com câncer. Ele lança um olhar semelhante à quando nos perguntam se aceitamos mais vinho e termina o namoro. Coisa típica dos ateus.

    O professor Kevin que sempre detona a namorada cristã na frente dos amigos leva um belo de um chute em seu traseiro ateu. E o mesmo acontece com Josh, em seu traseiro cristão.

    Então finalmente chega o momento em que todos nós esperávamos. A hora em que vão colocar ordem nesse negócio e provar que aquele Deus que Nietzsche matou (metaforicamente e ninguém entendeu) NÃO MORREU!

    Josh começa a falar.
    E as próximas falas são de irar uma ameba. Você assiste ao aluno estufando o peito e colocando o dedo na cara do professor. E o que sai da boca desse aluno são coisas de sua própria autoria, como por exemplo uma nova versão jamais ouvida anteriormente sobre a Teoria do Big Bang. Os argumentos tolos vão se emendando aos argumentos falaciosos, que cruzam com os de citações distorcidas, (tudo isso com as montagens do Power Point ao fundo pra causar aquela impressão de profissional) nos leva a um momento crucial. Josh olha para o professor (que não consegue mais debater com o pequeno gênio discípulo de Deus) e grita apaixonado: “POR QUE VOCÊ ODEIA DEUS? POR QUE?” então o professor esquece absolutamente tudo que já leu e se rende: “PORQUE ELE TIROU TUDO QUE EU TINHA”. E não exausto de nos emocionar, Josh encerra a discussão: “Como pode odiar algo que nao existe?”

    Palmas para o Josh!

    O avalanche de clichês e absurdos são de deixar o telespectador embasbacado. Um homem formado em filosofia, que convivia com ateus convictos, que já ouviu todos os tipos de imbecilidades possíveis e leu centenas de livros, não conseguiu argumentar com o moleque presunçoso, audacioso e despreocupado em alterar completamente a história, as pesquisas, as falas e seus autores em nome de sua vontade: provar que estava certo. Isso faz com que aquele professor que aprendemos a admirar (intelectualmente) no início do filme, torne-se apenas mais um idiota indeciso e frustrado. E que o aluno humilde abra as asinhas e confirme que é nada menos que um teimoso ”dono da verdade absoluta”.

    Mas não contentes em jogar centenas de bíblias na nossa cara, os produtores decidem que agora todos os alunos vão ficar do lado de Josh. Aí você não entende mais se está assistindo a um filme religioso ou ao novo High School Musical. Os alunos começam a levantar sorridentes, com uma música no fundo e soltando o bordão da vez:

    – Deus não está morto! – Deus não está morto! – Deus não está morto! – Deus não está morto! – Deus não está morto!

    O final do filme é bem coeso com todo o enredo: tudo da errado para os ateus (que não são ateus), enquanto os cristão comemoram num show gospel. O carro daquele reverendo finalmente funciona e descobrimos que foi friamente calculado por Deus, pois no exato momento o professor de filosofia é atropelado e se não fosse pelo padre dirigindo ao lado, ele morreria sem aceitar Jesus. Sim, o professor morre, pessoal. O diagnóstico é feito por um personagem que nunca revela o que é e o que faz (talvez seja até Jesus disfarçado), sem nenhum exame, nada. Ele apenas chega, olha e fala “o pulmão está perfurado e ele vai morrer”. Kevin falece aceitando Jesus.
    O empresário ateu visita sua mãe, e ”pensa alto” algo do tipo: você sempre foi boa, rezou e está assim, enquanto eu nunca tive caráter e tenho uma vida perfeita. Nessa hora a mãe com Alzheimer refuta completamente sã: “As vezes o diabo permite que a pessoa tenha uma vida perfeita, para que ela não se volte para Deus”.
    A jornalista aparece no camarim da banda gospel (que coincidentemente – não estou insinuando absolutamente nada – é dona de uma marca chamada “God’s not Dead”) e solta pequenos ataques, mas todos são muito receptivos, educados (afinal, são cristãos) e conseguem a atenção da moça quando fazem uma roda de oração. Ambos saem felizes.

    E a última cena é a grande culpada da frase que nós não aguentávamos mais ler/ouvir em 2014. Ao som de NewsBoys (que fazem o mesmo papel da bandinha Smash Mouth em Rat Race) a plateia é induzida, ou melhor, intimada a enviar para lista de contatos a frase “Deus Não Está Morto” (propaganda? acho que não).

    O resto vocês já sabem. Sobem os créditos, desligamos a TV irritados, chocados, xingamos no twitter, escrevemos um texto enorme de indignação e enquanto isso eles vendem milhões de camisetas.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Caio Cineslave
    Caio Cineslave

    Seja bem - vinda ao meu filmow, gostei dos seus favoritos, se tiver algum filme interessante pra mim indicar fique a vontade. Abraços.

  • Maria
    Maria

    Não, tranquilo (foi mal a demora, esqueço de entrar aqui). Eu que não sabia naquele tempo da opção pra marcar spoilers, rs. Valeu!

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