Lucas Kowalski

A presença do Hideaki Anno dá um clima totalmente diferente ao documentário, já que os filmes deles não têm muitos paralelos.

Ele é um bom linguista.

E é isso, e continuará sendo assim enquanto a ONU seguir dando imunidade diplomática. Muitos capacetes azuis (militares das Forças de manutenção da paz das Nações Unidas), de várias nacionalidades, incluindo a brasileira, são acusados de estupros ao redor do globo. Isso pra focar apenas nos militares. E como a ONU não tem poder para julgá-los, o máximo que podem é esperar que sejam julgados quando retornem ao país de origem e que um tribunal MILITAR decida por fazê-lo, o que raramente acontece. Como alguns dos capacetes azuis são de países muçulmanos onde estupro sequer é crime, nem precisam perder o sono.

O caso do filme é que uma empresa americana de segurança privada estava envolvida e o Departamento de Estado não queria perder um contrato bilionário. A DynCorp International inclusive esteve em todos os lugares por onde os EUA passaram recentemente: Iraque, Haiti, Afeganistão, sempre colecionando confusões. Porém, o envolvimento de uma grande empresa (fundada por um ex-militar, diga-se de passagem) não é o mais importante. A revogação da imunidade diplomática teria de vir primeiro, criando meios de denúncia que fossem efetivos.

Se tanto o setor privado quanto o estado têm suas mazelas, imagine o estrago causado pelos dois.

No final, é tudo culpa da natureza humana.