Luisa L. Zardo

Salvo a tragicidade e a excentricidade que só uma história passada nos anos 20 pode transmitir, O Grande Gatsby não é lá uma história com um super enredo - e aqui me refiro ao livro de Fitzgerald. Apesar disso, a adaptação cinematográfica conseguiu dar uma boa de uma embelezada com a ótima direção de arte e trilha sonora que teve - e com a brilhante atuação de DiCaprio. Não culpo Luhrmann por não ser um filme maravilhoso, pois acho que não havia como melhorar mais do que foi melhorado - até porque, sendo o livro de Fitzgerald tão clássico na literatura, seria uma blasfêmia alterar a história de forma significativa. Mesmo assim, essa adaptação vai ser sempre muito mais um filme de referência artística a Art Deco do que um filme que assistirei novamente por puro entretenimento.

E é aqui que aquela famosa história de "o livro é sempre melhor que o filme" faz jus. Howard tinha uma história completamente rica e interessantíssima em mãos e não conseguiu aproveitar isso! Tantos aspectos deixados de fora que garanto que até o próprio Dan Brown se decepcionou com este filme. Entendi a história apenas porque já havia lido o livro quando vi o filme, mas acredito que todas as pessoas que não leram o livro não vão compreender ele. Uma nota 3 especialmente pra atuação de Hanks que se provou como Langdon.

Acho que nunca havia visto um filme com uma visão tão naturalista quanto este. O ambiente deplorável e as ações ilimitadas e irracionais do ser humano diante do caos remetem à isso muito bem. Mereilles conseguiu explorar muito bem a cooperatividade diante desse caos em antagonismo ao egoísmo trazido por este.