Maíra

Talvez eu só tenha conseguido me abrir de verdade pro filme depois dessa fala:

"Acostumado a acreditar em imagens, uma ideia absoluta de valores, seu mundo esqueceu de comandar a essência, para não criar dentro de si qualquer imagem de sepultura, embora saiba que a tarefa seja preencher páginas vazias, no fundo do seu coração... orei para ser liberto da imagem. A imagem é uma prisão da alma, sua herança, educação, seus vícios e aspirações, suas qualidades, seu mundo psicológico."

:'(

Engraçado quando se percebe que a beleza do filme está justamente em ser um filme "normal". Não há nada de extraordinário, nenhum fato isolado que amarre o enredo no decorrer de todo o filme, nenhum diálogo extremamente impactante ou mirabolante. São só pessoas passando por momentos, bons e ruins, que sempre acabam ficando para trás, acabam passando para dar lugar à outros. A vida não é isso, afinal?
E ainda assim, o filme não passou perto de nenhum clichê do desenvolvimento humano. O diretor não precisou focar na primeira transa, no desenvolvimento do corpo ou qualquer coisa que parecesse mais educativa. É exatamente como uma filmagem de uma vida como qualquer outra, vista de fora. E o fato de serem os mesmos atores deixa tudo ainda mais natural, mais real. Achei maravilhoso!