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Um amante da 7ª Arte!

Últimas opiniões enviadas

  • Murate

    Manchester by the Sea, no Brasil Manchester à Beira-Mar é um filme de origem estadunidense lançado em 2016, do gênero de drama, dirigido pelo cineasta e roteirista/argumentista nova-iorquino Kenneth Lonergan. Estrelado por Casey Affleck, Michelle Williams, Lucas Hedges e Kyle Chandler, o roteiro é do Lonergan e tem como produtores: Kimberly Steward, Lauren Beck, Chris Moore e Kevin J. Walsh e pra surpresa de muitos Matt Damon (o ator de filmes como: O “Resgate do Soldado Ryan” do Steven Spielberg e Os “Infiltrados” do diretor Martin Scorsese).

    A trama do filme é relativamente simples, trata da vida do personagem Lee Chandler (Casey Affleck) que saí de Manchester, sua cidade natal para viver em Boston nos Estados Unidos. Lá ele vive uma vida aparentemente infeliz, onde trabalha como um “faz tudo”, contudo as coisas mudam quando seu irmão Joe Chandler (Kyle Chandler) morre em decorrência de problemas de saúde; com isso o protagonista precisa voltar para a Inglaterra para cuidar de seu sobrinho, e agora órfão, Patrick Chandler (Lucas Hedges).
    Apesar da simplicidade da trama, o filme acaba não sendo trivial. Todos nós uma hora ou outra temos ou teremos que enfrentar o luto, e não falo do luto propriamente dito, pelo menos não no sentido genuíno, mas de lidarmos com percas, com decepções, com problemas que são existentes na trajetória humana. O personagem do Casey Affleck demonstra um extremo pessimismo em suas atitudes, em suas expressões, é perceptível que o personagem está emocionalmente quebrado, sem expectativas de uma reviravolta ou de ao menos uma melhora. O ator não esboça muita expressividade (o que é uma característica dele, inclusive em outros trabalhos), e nesse contexto a inexpressividade se encaixa na proposta do filme — tanto que o Casey Affleck venceu o Oscar 2017 na categoria de Melhor ator por esse trabalho.

    A intenção da obra é mostrar como a vida realmente é, diferentemente da maioria das obras cinematográficas que tratam a vida como se, ao final, ela fosse ficar tão perfeita quanto a proporção áurea. Talvez as coisas nunca irão ficar ajustadas, provavelmente sempre haverá algo a se preocupar, sempre haverá uma frustração por alguma determinada decisão que não obtivemos o resultado esperado. Isso fica claro logo no primeiro ato, quando o personagem está nitidamente desconfortável em executar as atividades do seu trabalho pela qual ele não sente prazer algum, e isso nos leva a refletir sobre o nosso lugar no mundo. Será que estamos fazendo o que gostamos? Será que tomamos nossas próprias decisões ou simplesmente estamos seguindo o que a vida nos proporciona? Para o filósofo Clóvis de Barros Filho, ao fazermos uma escolha estamos anulando uma infinidade de possibilidades, estamos abrindo mão de uma gama de outros caminhos que tomaríamos caso já não tivéssemos tomado tal decisão, e talvez fique o questionamento: será que a frustração do protagonista se trata de uma decisão errada? De um rumo pela qual ele não queria que sua vida tomasse, ou até mesmo de uma “não decisão”, afinal, não fazer nada acaba também sendo uma escolha.

    Quando eu digo que o filme é uma Ode¹, estou sendo provocador, ou até certo ponto irônico, afinal em nenhum momento vemos um caráter entusiástico no filme, mas é justamente pela obra representar o que eu chamaria de um “pessimismo poético” que faço essa associação. O que fica nítido é que as expressões nas atuações, o roteiro, a fotografia e o ritmo lento da obra fomentam uma reflexão a respeito do quanto a vida pode ser dura, de que mesmo que você esteja mal, a vida não espera você melhorar, muito pelo contrário, ela pode ser ainda pior.

    O filme acabou sendo um sucesso de público e de crítica, tendo uma receita de quase US$ 79 milhões, com um custo de produção que ficou na casa dos US$ 9 milhões, o que é considerado bem baixo, gerando assim um retorno extremamente positivo. Além disso, o filme recebeu diversas indicações no Critics’ Choice Awards, Globo de Ouro, Oscar, dentre outros festivais de muita relevância, vencendo ainda mais de vinte premiações. Para finalizar, aproprio-me de um trecho da crítica do site TheWrap para expressar Manchester à Beira-Mar: “De partir e aquecer o coração. Traz emoções que te atingem em cheio”.

    ¹ Poema lírico cujas estrofes são simétricas (versos possuem a mesma medida); possui um caráter entusiástico, alegre e animador.

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  • Murate

    The Sixth Sense, no Brasil, O Sexto Sentido, 1999, é um filme de suspense e terror psicológico de origem estadunidense, e com direção de M. Night Shyamalan, indiano naturalizado americano. A trama gira em torno do garoto (Haley Joel Osment) que vive perturbado e isolado a esconder um segredo dos que estão à sua volta. Por conta disso,o psicólogo infantil, e também transtornado, (Bruce Willis) passa a acompanhar o garoto em seus relatos de delírios.

    O longa foi lançado no dia 06 de agosto de 1999: um sucesso de crítica e público. Sua bilheteria foi de aproximadamente 672 milhões de dólares, sendo, aproximadamente, 293 milhões apenas nos Estados Unidos, o que fez com que a obra tivesse a maior bilheteria do gênero terror da história do cinema por longos 18 anos, quando, finalmente, foi ultrapassado por It (2017). No geral, naquele ano o único filme a superar a bilheteria de The Sixth Sense foi Star Wars: Episode I — The Phantom Menace. Do ponto de vista da crítica, recebeu uma recepção muito positiva, tanto que, foi considerado um dos melhores filmes do ano, o que rendeu cinco indicações ao Oscar, sendo eles a de Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Edição e Melhor Roteiro Original.

    O longa também foi responsável pela projeção de M. Night Shyamalan em Hollywood, o mesmo só havia trabalhado em apenas dois filmes antes de The Sixth Sense. Um dos pontos que mais chamou a atenção do público em relação ao longa foi o seu Plot Twist (revira volta no enredo), tanto que essa ferramenta passou a ser uma marca registrada do diretor em seus trabalhos subsequentes, como, por exemplo, em Unbreakable (2000), The Village (2004), The Visit (2015), Split (2016) e tantos outros.

    A relevância de The Sixth Sense na cultura pop é algo que precisa ser destacado, tanto que, o filme foi nomeado o 89º melhor filme americano de todos os tempos em uma pesquisa realizada pelo American Film Institute em 2007. Além de que, a frase “I see dead people”,em tradução: “Eu vejo gente morta”, dita pelo personagem Cole Sear foi classificada no 44º lugar da “100 Anos… 100 Citações em Filmes”, melhores citações cinematográficas, e acabou por se tornar um bordão popular.

    É curioso como o Plot Twist do filme foi um elemento narrativo importante para estabelecer a assinatura do diretor/roteirista. Quentin Trantino, por exemplo, é muito famoso pelos diálogos dos personagens em seus filmes, além de sempre inserir muita violência e sangue em seus trabalhos, já o Michael Bay prefere explorar explosões e efeitos especiais para conquistar o público, Zack Snyder gosta de usar a câmera lenta em determinados planos, Tim Burton costuma tratar suas fantasias com um toque mais sombrio, e Guilhermo Del Toro sempre insere criaturas bizarras em seus filmes. Ou seja, cada um com as suas preferências para conquistar os seus respectivos públicos, mas, não nos enganemos, Shyamalan não se limita a um Plot Twist. O diretor trata de temas que são recorrentes em seus filmes, como, por exemplo, a fé e a religião, bem como o extraordinário. O mesmo traz à tona temas fantásticos ao mundo real, no estilo “como seria se isso de fato acontecesse?”.

    Duas décadas após o seu lançamento, The Sixth Sense ainda é cultuado por muitos. Sua bilheteria, seu sucesso comercial e impacto cultural ainda são discutidos, além de ser um filme referência para outros do gênero. Por mais que o diretor tenha feito diversos trabalhos posteriores (alguns ótimos, outros nem tanto), The Sixth Sense será sempre lembrado com louvor pelos que veneram obras de suspense, em especial, aos que já são fãs do diretor.

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  • Murate

    Clockwork Orange, no Brasil Laranja Mecânica, é um filme de origem britano-americana do início da década de 70, baseado no romance homônimo do escritor Anthony Burgess, em 1962. O longa foi produzido e dirigido pelo cineasta americano Stanley Kubrick e se tornou popular por seu conteúdo perturbador, além de tratar de assuntos sociais e políticos e por tecer um comentário sobre a psiquiatria.

    A trama conta a história de Alex (Malcolm McDowell), um jovem aparentemente carismático e fanático por música clássica, em especial, Beethovem. Alex também é um sociopata que adora cometer crimes, o que o próprio denomina de “ultraviolência”. O mesmo também é um líder de uma gangue de arruaceiros que, inclusive, o ajudam em seus atos. Durante o filme há uma série de crimes, contudo, em um determinado momento Alex é capturado e levado a uma clínica de reabilitação pautada na técnica do condicionamento psicológico, um tratamento controverso, no filme nomeado de “tratamento Ludovico”.

    Existem dois pontos muito importantes que precisamos destacar neste filme, um é a quebra de paradigmas, e o outro a intensa crítica ao behaviorismo (conjunto de abordagens que estabelecem o comportamento como objeto de estudo da psicologia). O autor da obra original (Anthony Burgess) desaprovava os trabalhos dos behavioristas Frederic Skinner e John B. Watson, inclusive o Burgess afirmava que o livro Para Além da Liberdade e da Dignidade (1971), escrito por Skinner era “um dos livros mais perigosos já escritos”. A grande crítica em especial girava em torno do condicionamento clássico,um processo que descreve a origem e a modificação de alguns comportamentos com base no efeito estímulo-resposta. Nos termos neurais, o condicionamento clássico corresponde a um tipo de memória implícita. Durante o filme percebe-se que o método usado para tratar um criminoso é o de fazer com que o mesmo tenha uma aversão a crimes. Até aí nada de tão controverso, mas há um detalhe importante: essa aversão é causada por meio de tortura que, inclusive, é apoiada pelo governo. Kubrick definiu esse filme como: “(…) uma sátira social lidando com a questão de saber se a psicologia comportamental e o condicionamento psicológico são as novas armas perigosas para um governo totalitário usar para impor grandes controles sobre seus cidadãos, e transformá-los em pouco mais do que robôs”.

    O outro ponto de destaque deste filme é a quebra de paradigmas. Este longa possuí uma forma muito peculiar de tratar a violência, é muito comum que filmes com esse caráter usem técnicas padronizadas para retratar tal tema. Por exemplo, geralmente em filmes muito violentos vemos cenas com trilhas sonoras altas, trilhas bem intensas, mescladas com cenas repletas de cortes ou planos fechados, além de uma fotografia mais escuras. Kubrick “joga” esse conceito fora: usa planos abertos, cenas nítidas que buscam não camuflar a violência representada. A própria vestimenta branca da gangue do filme é curiosa, pois quebra com o estereótipo de que rebeldes usam roupas escuras. Wilson Roberto Vieira,em seu livro Caos Semiótico, trata muito dessa questão. Ele defende que o filme propicia a criação de um elemento-surpresa, que a obra abre mão de clichês para que o conteúdo fale mais alto:“Kubrick despe a violência de todos os recursos formais excessivos possíveis, para que o conteúdo fale mais alto”.

    Mesmo com toda essa temática controversa, Clockwork Orange foi um sucesso de crítica e de público. A obra teve um orçamento extremamente baixo, cerca de US$ 2,2 milhões foram gastos no filme, mas a sua arrecadação ultrapassou os 26 milhões de dólares. Além disso, o filme recebeu várias indicações, dentre as principais: 7 indicações ao prêmio BAFTA, além de 4 ao Oscar, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Diretor, e Melhor Roteiro Adaptado para Stanley Kubrick. Apesar de todos estes anos, Clockwork Orange permanece no imaginário popular como uma obra complexa e que ainda gera discussões. Com sua crítica ácida e seu conteúdo perturbador, nos leva a compreender que existe uma linha tênue entre o correto e o perturbador.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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