Nando

Já adiantando que o longa se inspira num livro de ficção inspirado na real biografia de Lili, porque sobre o tema transexualidade o longa errou bastante.

Primeiro que Einar e Gerda possuem uma relação amorosa sólida, apaixonada e calorosa até o momento de Einar sentir a Lili despertar dentro de si, e do nada e magicamente todo esse desejo e amor pela esposa some como se nada tivesse acontecido, dando a falsa ideia que transexualidade tem algo a ver com orientação sexual.

Quando Einar se transveste de Lili e vice versa no longa se mostra uma serie de lapsos de memória, como se Einar e Lili fossem pessoas totalmente diferentes, como se fosse uma espécie de possessão espiritual ou caso de dupla personalidade, aonde Einar age como se não fosse a Lili e muito menos se lembra de qualquer coisa que Lili tenha feito dando a ideia de que Lili é um personagem, e isso é tão forte que enquanto Einar está como Lili ele perde totalmente a sua capacidade e dom para pintar telas, isso não ocorre nem com artistas de drag queen, quanto mais com uma transexual, o que parece estar acontecendo com Einar é um caso de dupla personalidade e não uma disforia de gênero, isso foi muito mal retratado no filme, as transexuais tem plena consciência de quem são e como são independente da época, roupa, se é antes ou pós a sua transição.

Por fim o que achei desnecessário foi o fato de Einar tentar simular gestos considerados femininos a partir dos movimentos de uma garota de programa francesa, reforçando a ideia de que Lili é um personagem e uma atuação, o que deturpa totalmente o tema do filme.

Termino aqui ignorando cenas hipersexualizadas que não acrescentam em nada o longa e meu descontentamento com personagens fictícios que nunca existiram na vida real de Lili Elbe, o que mostra que é só mais um longa comum.