Rodrigo Bittencourt

"Um homem deve ser de um mulher assim como a areia de uma praia que é banhada apenas por um oceano." Sobre a fidelidade, sobre a paixão, sobre o entregar-se ao amor, sobre a fidelidade! Tudo isso com uma fotografia maravilhosa, trilha sonora incrível e um roteiro que não abre espaço para os clichês românticos. Cada detalhe com a sua intencionalidade, cada cena e cada atuação com as suas expressividades fizeram desse filme um dos melhores que já vi em toda a minha vida.

Uma animação maravilhosa... Me fez chorar por diversos motivos... É um filme leve, cheio de significados, com símbolos e valores trazidos a cada detalhe, a cada fala, a cada imagem, cor, música... A composição foi simplesmente sensacional!
O sentimento de que só a gente pode fazer algo por nossa felicidade é presente em todos os momentos, e isso foi muito bem construído com o desenrolar da história.

Achei o documentário muito bem construído, sedimentado e com uma ótima articulação dos fatos e dados. É escancarada a realidade mundial, na qual obesidade, diabetes e hipertensão são doenças corriqueiramente vistas em todas as faixas etárias, inclusive na infância. O motivo disso? Alimentação (principalmente) e toda a gama de hábitos que foram adquiridos com o advento da pós-modernidade. Sedentarismo, estresse, relação entre ter e ser (isso se aplica também ao que você come), "falta" de tempo e praticidade mascarada em forma de alimentos em conserva, enlatados ou feitos em restaurantes fast-food.
Seria, e na verdade é, muito simples dizer que é preciso mudar os hábitos alimentares e aumentar a prática de exercícios físicos. Entretanto, essa é uma questão que ultrapassa os limites da pura e simples conscientização. Perpassa por um estágio de massificação e criação de uma cultura da compra, onde cada vez mais as pessoas são levadas a consumir produtos na hipotética ideologia de se ter uma vida perfeita. Além disso, não seria nada fácil ir de encontro com as indústrias alimentícias, principais responsáveis por essa condição frenética do consumo da trash-food.
Inegavelmente, vivemos na base de uma economia capitalista, e infelizmente nossos Estados e, consequentemente, as nossas leis estão submetidos às vontades dos detentores do capital, e, por esse motivo, a alienação é algo de grande valia, pois mantem o fluxo do dinheiro sempre constante, mesmo que para isso a falta de conhecimento e a sua manutenção seja utilizadas como ferramentas.
No documentário pode ser visto que a ignorância é a principal fonte geradora do consumo de produtos maléficos à saúde. Isso porque não se sabe o que se come, não se sabe quais são os componentes nutricionais, não se sabe, sequer, de que são feitos os alimentos. Crianças e adultos não sabem dizer qual é a fruta ou verdura mostrada, não sabem o que é carboidrato, gordura ou outros componentes que fazem parte da alimentação. Mas todos ficam boquiabertos quando, de fato, conhecem e entendem o que estão comendo e os prejuízos trazidos.
Essa é mais uma prova de que a educação em saúde (uma vez que a alimentação está intimamente ligada a saúde) faz-se necessária, mas que também seja acompanhada de mudanças no mercado de vendas de produtos e na disponibilidade e veracidade das informações nutricionais.
Possível? Sim. Provável? Não.