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Últimas opiniões enviadas

  • Sylvio Ribeiro

    Apesar de imagens impactantes, FEMME não questiona como parece e retrata ao meu ver muito perigosamente elementos pornográficos por trás da natureza obsessiva dos personagens. O primeiro longa da dupla Sam H. Freeman e Ng Choon Ping, fãs de Drag Race e filmes policiais de gênero, recebeu elogios nos principais festivais de cinema de 2023, estreando nos cinemas ingleses no final do ano passado e abrindo um festival belga cujo slogan "filmes que nos provocam e nos questionam" deixou-me reticente após a banalização excessiva de imaginário sexualizado deste filme, perguntando-me se isso basta para incomodar quem quer que seja na era onlyfans das redes sociais?

    O filme se apresenta em festivais como um thriller neo-noir, inspirado por obras policiais hollywoodianas da era dourada com a figura quintessencial da femme fatale. Logo, no título FEMME. Plot twist: é uma trans.figuração, previsível diga-se de passagem, das posições pré-determinadas do film noir: a mulher que é desejada por sua aparência e o homem admirado por sua masculinidade trans.formam-se numa única figura de sensibilidades femininas e masculinas permitidas pelo drag. Sendo o ponto forte da sessão um jogo de força e vulnerabilidade manifestado por ambos o personagem homofóbico e a drag queen performativa. No entanto, o olhar crítico sociopolítico é rapidamente substituído por artifícios de thriller erótico com temáticas de obsessão, desejo e vingança.

    Quem não gosta de um bom thriller? Especialmente FEMME que vai te deixar roendo as unhas postiças e esticando a peruca. E, ainda assim, é necessário engolir a dicotomia limitada, quase forçada, que se opera entre códigos de comportamento masculinos em boate hétero e femininos em boate gay, contradizendo em essência o potencial transgressivo drag que a trama poderia ter incorporado se não estivesse tão compulsivamente dedicada à representação do desejo sexual dos personagens. Em meio ao deleite de referências de espectador queer (xiè xiè rainha Chun Li!), a sessão que começara latejante em todos os sentidos do termo interrompe o gozo discursivo racial e sociopolítico muito precoce em prol de uma experiência erótica e tão eficaz como qualquer outro thriller elaborado.

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  • Sylvio Ribeiro

    Elogiado pelo brilhantíssimo Bong Joon-ho e aplaudido de pé na Semaine de la Critique do Festival de Cannes, Jason Yu, o diretor sul-coreano de SLEEP, que havia tido um pesadelo no qual todos vaiavam a estreia do seu primeiro longa-metragem, emocionou-se com a recepção francesa deslumbrada, quase unânime. Em pleno começo de carreira, uma obra de extremo rigor técnico e de grande inteligência roteirística para com os elementos sobrenaturais que explora, referenciando à história do K-horror com a temática xamanista abordada sem perder o seu potencial de olhar social crítico e contemporâneo.

    Inclusive, é um verdadeiro retrato da "vida de casal" a partir do viés sarcástico e sem escrúpulos permitido pelas fórmulas do filme de horror. Arrastando-nos deliberadamente pelas situações traumáticas de seus personagens com o diferencial de também propor uma reflexão sobre distúrbios instrumentalizados pela medicina, o filme entrega numa experiência estética perspicaz a sua simbiose angustiante entre riso e desespero.

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  • Sylvio Ribeiro

    Em torno do duelo magistral de atuações das divas japonesas Shima Iwashita e Kaori Momoi, um grande cineasta como Yoshitaro Nomura, ainda que muito desconhecido do grande público internacional, recria a fórmula do filme de tribunal num espetacular quebra-cabeça psicológico transformado por elas em palco de luta livre. Os diálogos brilhantemente afiados e ferozes revelam também o lado sarcástico do filme, mas não podemos esquecer - onde tem Nomura, também terá o suspense literário de Seichō Matsumoto. Parceria prolífica!

    Sucesso de público e de crítica durante o lançamento no Japão e marcado pelas questões socioculturais de seu tempo - dinheiro, posição social, casamento, SUSPICION não apenas se apropria do imaginário camp de mulheres fortes e ousadas das soap operas, mas revela brutalmente a misoginia vivida pelas mulheres japonesas da época.

    Seria como dizer que se ela fosse submissa ao casamento e aos valores familiares, vestida de maneira honrada com seu kimono de seda, talvez não teria caído numa vida sórdida e vulgar. A mesma coisa vale para a sua defensora que seria mais realizada se não tivesse optado pelo trabalho, negligenciando o matrimônio e a própria filha. Curiosamente, apesar da diferença de status e estilo de vida entre a acusada e a advogada, sob o olhar patriarcal da sociedade japonesa que o filme insiste em provocar, ambas seriam criminosas e imorais.

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