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Bacurau
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Birdman é uma obra prima e já se estabelece como um marco para o cinema. É inteligente, engraçado, bem escrito, muitíssimo bem dirigido e o elenco tá bem afiado. É um filme sobre o show business e tira sarro de todos os envolvidos: quem produz, quem vende, quem compra - só que o sarro é tão pertinente que ninguém nem se ofende.
O final é aberto, o que ao mesmo tempo frustra e enriquece a experiência. A minha interpretação é a seguinte:Riggan é o retrato do fracasso. Já teve sucesso, mas nunca teve prestígio, "é uma celebridade, não um ator". Hoje vive na sombra do personagem que o levou ao estrelato, e sua carreira não tem relevância há muito tempo. As pessoas não botam fé nele: nem seus colegas, nem a crítica, nem sua filha - ninguém dá a mínima pra quem tá por baixo. O único resquício de sucesso que ele consegue vem do restinho do público que há 20 anos consumia a série Birdman, um pessoal que vai no cinema para se divertir, não para pensar em "baboseiras depressivas e filosóficas".
Essa peça é a última chance de retomar a sua carreira, e a pressão é enorme. Em um surto psicológico, Riggan decide dar ao público o que ele realmente quer: sangue. Para isso ele leva seus monstros pro palco e comete suicídio junto com o seu personagem. Só que a tentativa é má sucedida e ele acaba apenas perdendo parte do nariz. Sua performance, no entanto, é louvada. Riggan finalmente sai do limbo e volta ao estrelado.
Riggan tá livre de seus demônios, chegou onde queria estar. A filha passa a admirá-lo, a crítica o elogia, a mídia está fervorosa. As pessoas acreditam nele, acreditariam até que ele possa voar. Ele também acredita nisso - agora mais do que nunca - e se joga pela janela. Até nós, por um momento, acreditamos - mas sabemos que ele não pode.
Quando Sam olha pela janela, ela encontra o pai morto. Mas ela o vê, pela primeira vez, da mesma forma como Riggan via a si mesmo, por isso olha para cima e sorri. Ela acredita no pai, agora que ele está por cima - ainda que esteja morto. Nós tendemos a louvar a tragédia dos que estão por cima e crucificar a dos que estão por baixo. Quando Riggan não tinha prestígio, suas alucinações eram vergonhosas (duas ou três vezes as pessoas evitam falar sobre isso, quando Riggan se refere à seus "poderes"), agora elas o tornam genial. Sam sorri para a morte do próprio pai assim como nós sorrimos para a morte de ídolos como Heath Ledger ou Marilyn Monroe.
A citação no começo do filme é essencial:
- E você conseguiu o que queria dessa vida, apesar de tudo?
- Consegui.
- E o que você queria?
- Saber que sou querido, me sentir amado na terra.Em determinado ponto no filme, a ex esposa de Riggan lhe diz: "você confunde amor com admiração".
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Eder Wilker
nossa senhora
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Filmow
O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!
Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)
Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
Boa sorte! :)* Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/
Bacurau: se for, vá na paz.
Eu amo que, a prinícpio, a frase soa como boas-vindas, mas após assistir ao filme o tom é quase de ameaça.