Depois de Dia de Treinamento, o diretor Antoine Fuqua e Denzel Washington estão juntos em mais um novo projeto. Baseado em uma série dos anos 80, O Protetor traz o mesmo ritmo policial de filmes de 30 anos atrás. Com uma história previsível, mas que se mostra bem produzida e dirigida.
O ex-oficial das forças especiais, Robert McCall (Washington), forja a sua própria morte para garantir sua aposentadoria e viver uma vida tranquila. Mas seu lado heroico é resgatado por conta de Teri (Chloë Grace Moretz), uma adolescente que se prostitui para sobreviver e acaba sendo espancada por seu cafetão. Dominado pelo seu lado protetor, o ex-agente vai atrás de vingança e acaba matando os responsáveis por machucarem a jovem, que se encontra na UTI. O que ele não esperava, é que com esse ato, ele estaria despertando um ódio mortal em uma das maiores máfias russas nos Estados Unidos.
A história começa com muitos planos detalhe, fato que enfatiza o perfeccionismo de McCall. O agente parece ter síndrome de transtorno compulsivo (TOC), por sempre deixar tudo minimamente em seu devido lugar. Em virtude disso, suas habilidades para lutar se tornam muito melhores, tendo seu olhar sempre retratado por uma visão subjetiva do personagem, na qual acaba ficando muito óbvia e atrapalhando a imaginação do espectador.
A narrativa utilizada é mesma de qualquer outro projeto cinematográfico lançado nos anos 80, e talvez, seja esse o maior erro do filme. Tudo o que é retratado na obra, já foi mostrado no cinema e o filme acaba não surpreendendo o espectador. Além disso, o figurino do protagonista é clichê demais, do tipo que se transforma em momentos de perigo como se fosse um uniforme. No decorrer da trama, são colocadas pistas para mais tarde mostrar sua recompensa ao público. Porém, muitas vezes essas pistas não tem nenhuma função na narrativa, como focar nas tatuagens dos mafiosos russos ou recapitular cenas que todos acabaram de ver.
Um dos personagens que se destacam é o Teddy, seu jeito sociopata passa a não ser tão previsível quanto o protagonista e os demais personagens. O ator carrega um ar muito parecido com o Hannibal Lecter da série TV Hannibal, interpretado por Mads Mikkelsen. Em nenhum momento ele transparece sentir algo, sua postura e atitudes são totalmente frias e racionais muito bem interpretadas por Marton Csokas.
Apesar de ser fácil de prevermos os acontecimentos seguintes no decorrer do filme, O Protetor ganha por sua boa produção, que prova ser redonda e sem furos. Para os fãs de Denzel Washington, o longa segue o estereotipo do ator, não é um dos melhores de sua carreira, mas cumpre o que promete.
Por: Caroline Venco