36.mostra.org - Descontraído e transformando o espaço do depoimento num palco, o cineasta Domingos Oliveira, homenageado este ano com o Prêmio Leon Cakoff, falou dos filmes que marcaram sua vida e como se relaciona com eles. Do começo, no Rio de Janeiro, no cinema Ritz, assistindo as produções da RKO e aos filmes de Tom Mix, até o seu contato com o nascimento e o desenvolvimento do Cinema Novo, Domingos deixa clara sua profunda ligação com o cinema. “A minha geração nasceu e foi criada dentro do cinema, e talvez seja a única”.
Além do contexto em que começou a fazer cinema, a visão de Domingos sobre cinema e arte revela uma relação muito particular: “a arte é um artigo de utilidade pública. A principal atividade do homem é a arte, e o cinema tem uma função social importante”. Essa relação extremamente pessoal se converte em seu desejo de fazer cinema. “Um momento de beleza me fortalece. Por isso, eu gosto de um filme quando ele modifica a minha vida”.
Antes de começar, Domingos confessou sua predileção pelo teatro: “O cinema é uma criança de apenas 100 anos perto do teatro, que é tão antigo. E o cinema vai sempre odiar o teatro porque, se eu chego aqui na boca do palco e digo que estou em Marte, estou em Marte e pronto. No cinema, eu preciso de 6 milhões pra fazer Marte”.
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