Cinema: Procurando Dory

Procurando Dory

Chega aos cinema a tão esperada sequência de Procurando Nemo (2003), Procurando Dory (2016). Essa demora de mais de 10 anos é explicada pelo diretor Andrew Stanton que ainda se recupera do fracasso do filme live action John Carter: Entre Dois Mundos. Antes de ser adquirida pela Disney, a Pixar tinha uma política de não fazer sequência de seus filmes (exceção apenas para Toy Story), para que fossem produzidos apenas filmes brilhantes e originais, sem perder a originalidade e não correr o risco de produzir animações inferiores. Segundo Andrew, a longa espera se deu pelo fato que só agora houve a história certa para enfim a Pixar continuar a sequência dos nossos tão queridos personagens Marlin, Nemo e Dory. O diretor já conseguiu ganhar dois Oscar por animações produzidas anteriores (o primeiro com a aventura do peixe palhaço Marlin a procura de seu filho, Procurando Nemo, e o segundo com o fantástico Wall-e)

A premissa dessa história se assemelha muito com a anterior, Dory, que sofre de perda de memória recente, começa a ter pequenos flash de memórias sobre seus pais e a sua origem, fazendo com que Nemo e Marlin a ajudem nessa jornada novamente pelo gigantesco oceano. Dessa vez não é mais para P Sherman, 42, Wallaby Way-Sydney, e sim para o Instituto da Vida Marinha (IVM) na California.

Somos novamente apresentados a personagens tão queridos da primeira sequência, à arraia que é professor de Nemo e à tartaruga de pente com seus filhotes. Porém, o longa conta com novos personagens que ganham um certo espaço na trama. Todos são bem arquitetados e com personalidades marcantes, que transformam essa nova jornada em um passeio divertido e emocionante. Podemos destacar alguns, como o Polvo Hank que ajuda Dory a se orientar no Instituto; Bailey, uma baleia branca que está convencida que suas habilidades de ecolocalização não funcionam mais e Destiny, um tubarão baleia míope que foi quem ensinou o tão famoso baleiês a Dory.

O padrão Pixar nos é apresentado novamente. A narrativa vai além da busca da peixinha por seus pais, aborda também a questão da aceitação de deficiências e personalidades, além, claro, da família (mostrando a importância não apenas da genética, mas também da família de coração). O humor próprio do estúdio continua lá, porém com piadas não tão originais assim, que o público já teve a oportunidade de ouvi-las no primeiro longa.

O estúdio continua surpreendendo o público com a questão estética. A evolução nas ferramentas de animação é de um primor aos olhos, os movimentos, a luz e a realidade da água, mudando de cor de acordo com a profundidade que os protagonistas estavam é surpreendente para o público. A construção de cada personagem, trazendo com ele as características da espécie em cada detalhe é outro acerto para o longa.

Mesmo com todo esse destaque, Procurando Dory falha em se tornar memorável. Para os jovens de plantão acima de 13 que puderam assistir ao primeiro sucesso da saga, é notório que o estúdio, a pedido da Disney, tentou tirar o máximo possível de um sucesso que não foi criado para ter sequência. É competente, mas não acrescenta em nada ao universo original de filmes. Serve como nostalgia para os fãs ver os tão queridos personagens, com risadas e uma pitada de emoção, além de citar a excelente dublagem na versão brasileiro, que nos arrancou gargalhadas com piadas exclusivamente nossas encaixadas na trama.

Apesar desses deslizes na narrativa, a animação já bateu recordes de bilheterias de grandes animações do estúdio Disney, como O Rei Leão, e isso só aponta para o grande acerto comercial.

Procurando Dory é uma boa pedida para assistir, divertido, visualmente lindo e que pode até arrancar lagrimas de alguns telespectadores. Pode não ser o destaque do estúdio desse ano, mas com certeza vale muito a pena ser conferido.

Nota 8

Finding Dory, 2016. Direção: Andrew Stanton e Angus MacLane. Com as vozes originais de: Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Ed O`Neill, Kaitlin Olson, Hayden Rolence, Ty Burrell, Diane Keaton, Eugene Levy, Sloane Murray, Sigourney Weaver. 97 Min. Animação.

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