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Dica cinematográfica: “The Monkey King: Uproar in Heaven” (1965)

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Esse filme apenas prova que a animação oriental, desde sempre, deu um banho na animação ocidental. Enquanto Walt Disney desenhava princesas vivendo com anões, numa animação, até que fluida e bem desenhada, mas cheia de lições de moral cretinas, voltadas ao público infantil, servindo apenas para criar aquela máxima imbecil de que filmes de animação são para crianças, apenas, animadores chineses criavam um filme com uma animação extremamente fluida, cheia de cores vibrantes, cenários cheios de detalhes e uma história que coloca em cheque a noção de bem e mal.

O filme trata-se de uma animação de uma das lendas chinesas mais antigas, traçando as origens do rei macaco, Sun Wu Kong e os problemas que ele causa na corte celestial do Imperador de Jade. Depois de causar problemas suficientes no império celestial, o rei macaco se autoproclama “Grande Sábio”, o que causa a fúria das divindades celestiais e é o estopim para batalhas épicas entre o imortal rei macaco e todas as divindades do grande panteão de deuses chineses.

O rei macaco, um imortal que se importa apenas consigo mesmo e com o bem dos habitantes da montanha onde vive, provoca a ira das divindades celestiais, principalmente por não aceitar o status quo mantido no reino celestial do Imperador de Jade, o que é considerado um absurdo, no entanto, vemos que não é. Afinal ele quer o bem dos macacos que vivem com ele, mas não alcançaram a imortalidade, e por esse motivo são considerados inferiores pelas divindades, mas não para o rei macaco.

Não é mostrado no filme como o rei macaco conseguiu sua imortalidade, mas fica implícito, ao longo do filme, que ele alcançou a imortalidade ao colocar a necessidade de seu povo sobre as suas e logo passa a ser uma divindade tão imponente quanto o Imperador de Jade.

É um filme que coloca em cheque as questões entre o bem e o mau, o que é bom e ruim, enfim… diria que o único defeito deste filme é o fato de rei macaco ser bem babaca, apesar de suas boas intenções, mas isso faz parte da construção de personagens mais reais.

Como eu já disse, é um filme com uma animação soberba, mas não chega a ser perfeita. Em diversos momentos, o cenário se torna estático, até as cores ficam um pouco menos vibrantes que as cores dos personagens, mas isso é um defeito da época.

Enfim, “The Monkey King: Uproar in Heaven” é um dos melhores filmes de animação do século passado, sendo uma lástima que ele não é tão conhecido quanto outros filmes *ridículos* do ocidente.

4 pontos

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