Celebridades
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Por Elaine Guerini; de Berlim; Londres


Amanda Seyfried (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Amanda Seyfried (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

Graças à beleza angelical, acentuada pelos longos cabelos loiros, traços delicados, pele de porcelana e luminosos olhos verdes, Amanda Seyfried poderia colecionar apenas heróinas românticas nas telas. Basta lembrar a noiva radiante de Mamma Mia!’, o musical que a lançou mundialmente em 2008, ou a adorável Cosette, a filha da costureira de Os Miseráveis (2012). Mas a atriz nascida na Pennsylvania é inquieta demais para se deixar aprisionar na imagem de “boa moça” em Hollywood. Isso explica o beijo na boca que Amanda deu em Megan Fox, de quem é a melhor amiga em Garota Infernal (2009), as cenas de lesbianismo no papel da prostituta de O Preço da Traição (2009) e a performance como a diva pornô no ainda inédito Lovelace.


No filme com estreia prevista para 30 de agosto nos cinemas brasileiros, a atriz de 27 anos resgata a história de Linda Lovelace (1949-2002), que foi projetada mundialmente ao estrelar Garganta Profunda (1972), famoso pelas cenas de sexo explícito. Como o título já adianta, sua personagem aqui era uma mulher que só sentia prazer fazendo sexo oral no parceiro, já que seu clitóris ficava estranhamente localizado na garganta. “Não gosto de mesmice. Interpretar sempre as mais queridinhas é a maior armadilha para uma atriz da minha idade. Se deixassem, encarnaria até uma serial killer’’, conta a atriz, rindo. A seguir, o resultado de dois bate-papos de Amanda com a Glamour.

A atriz e, cena do filme "Lovelace" (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
A atriz e, cena do filme "Lovelace" (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

Glamour Brasil: Muitas atrizes da sua geração se contentam com as personagens mais convencionais, enquanto você prefere se arriscar, não?
Amanda Seyfried:
Estou sempre em busca de papéis mais suculentos, algo que me obrigue a sair da minha zona de conforto e exija uma transformação. Infelizmente, não tive a chance de fazer isso em todos os filmes que rodei. Por isso, agarro toda a chance que tenho de desaparecer por trás da personagem.


Glamour Brasil: Não teve medo de interpretar uma diva do pornô?
Amanda Seyfried:
O único medo que tive foi o de não interpretar da maneira como Linda merecia ser retratada nas telas. Embora ela tenha ficado conhecida como estrela pornô, isso era tudo o que Linda não queria. Sua história é outra. Seu marido (Chuck Traynor) foi quem a obrigou a fazer o filme, pelo qual ela nunca recebeu dinheiro nenhum. Linda não passava de uma garota ingênua que queria ser aceita e é isso que nós mostramos no filme.


Glamour Brasil: Assistiu a Garganta Profunda? O que achou?
Amanda Seyfried:
Achei tedioso e até um pouco ingênuo demais. Ainda assim, o filme marcou uma época por discutir a satisfação sexual das mulheres, o que ainda era tabu nos anos 70.


Glamour Brasil: Mas sexo ainda gera polêmica no cinema, não? Principalmente nos Estados Unidos.
Amanda Seyfried:
Infelizmente, é verdade. Como a nudez e o sexo ainda podem ser tabus nos EUA? Todo mundo não transa? Nunca vou entender por que as armas são usadas indiscriminadamente nos filmes, enquanto o sexo é visto com falso moralismo. Tive muito mais medo de rodar as cenas em que Linda é submetida à violência do marido do que filmar as suas atividades sexuais. Sexo é algo natural e bonito.

A protagonista de "Lovelace" diz não pensar no futuro (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
A protagonista de "Lovelace" diz não pensar no futuro (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

Glamour Brasil: Qual o seu limite no set? O que você se recusa a fazer?
Amanda Seyfried:
Tirar a roupa num set não é nada para mim. Só não faço cena de nu frontal para guardar alguma coisa para o meu futuro marido (risos).


Glamour Brasil: Como foi ter Sharon Stone vivendo a sua mãe no filme? Há uma certa ironia na escolha dela como a mãe puritana, certo?
Amanda Seyfried:
Com certeza! Sharon foi quem mais me encorajou a me soltar, abraçando a personagem de corpo e alma no set. Acho que ela se inspirou em sua mãe, que também foi dura com Sharon, para interpretar a sua personagem.


Glamour Brasil: Contracenar com Sharon Stone fez você pensar no seu futuro como atriz? Onde quer estar profissionalmente quando tiver 50 anos?
Amanda Seyfried:
Não penso nisso. Já fui muito mais longe do que esperava na minha carreira. Pensei que passaria a vida toda sonhando ser atriz e servindo mesas. Nunca tive medo de envelhecer. Pelo contrário, não vejo a hora de ganhar mais experiência. Saber que a vida tem data de expiração é o que nos motiva a vivê-la mais intensamente.

Glamour Brasil: Linda Lovelace não era exatamente o que o público pensava dela, o que acontece hoje com muitos atores cuja imagem projetada pela mídia não corresponde à realidade.
Amanda Seyfried:
Foi essa ideia que me aproximou de Linda, ainda que eu não tenha uma reputação ruim na indústria. Tenho certeza de que o público pensa coisas equivocadas a meu respeito, o que é muito injusto. É por isso que gosto tanto de Lovelace, pelo filme proporcionar o outro lado da história de Linda. No decorrer do filme, vemos a trajetória do seu ponto de vista.


Glamour Brasil: Aparentemente Linda só conseguiu se realizar longe das câmeras, com a maternidade (ela teve dois filhos com o segundo marido, Larry Marchiano). Você pensa em formar uma família?
Amanda Seyfried:
Sim. Gosto de imaginar como será a minha vida quando eu for mãe. Só preciso encontrar o parceiro certo primeiro (risos).

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