quarta-feira, 27 de setembro de 2017

LEGO NINJAGO: O Filme | CRÍTICA


Uma Aventura LEGO foi uma sagaz retomada para a Warner que, há anos sem lançar animações para cinema, encontrou no estilo enérgico dos diretores Phil Lord & Christopher Miller e na comicidade dos bons games da marca as peças que faltavam para entrar de vez nesse competitivo e tão lucrativo mercado. Nessa ode às brincadeiras sem limite de faixa etária e à cultura pop fazendo uma completa mistura de personagens de franquias diferentes num mesmo cenário, o estúdio surpreenderia mais uma vez com LEGO Batman e seu retrato debochado do personagem mais lucrativo da DC Comics, repetindo ou refinando o que funcionou muito que bem no longa de 2014. Agora, com LEGO NINJAGO: O Filme, a nova produção empenha-se na expansão de seu universo cinematográfico com novidades narrativas admiráveis, embora já não tenha a mesma divertida irreverência de seus antecessores.

Numa mistura de Power Rangers com Kung Fu Panda, o filme se apresenta como o mais próximo ao público-família até agora e isso significa que até mesmo as piadinhas nerds (por vezes ambíguas) são amenizadas em prol do entendimento geral o que faz também com que a narrativa se atenha mais ao universo LEGO do que à inserção de referências de outras franquias (em outras palavras, as demais propriedades do grupo Warner Bros.). Mediante tais critérios, o roteiro aposta na história de reconciliação entre filho, o impotente Ninja Verde Lloyd (Dave Franco na voz original) e seu pai, o temível Lorde Garmadon (Justin Theroux) que tanto quer conquistar a miscigenada cidade Ninjago para si e colocar o seu vulcão na torre mais alta possível e, quando o mal triunfa, resta ao Mestre Wu (Jackie Chan) guiar o restante dos ninjas em busca de seus poderes elementares que supera a força das supermáquinas que utilizavam até então.



Fato é que já vimos (e continuaremos vendo) essa Jornada do Herói repetidas vezes, mas quando a história é bem contada, cada previsível ponto de virada se mantém tão instigante quanto o primeiro conto narrado, só que falta algo a mais em LEGO NINJAGO. Salvo a ótima passagem do Mestre Wu tocando "Welcome To The Jungle" energicamente em sua flauta na selva, as demissões em massa dos generais nas reuniões de Garmadon ou ainda quando toca uma redentiva canção de Jim Croce durante um plano de fuga, falta carisma e personalidades marcantes nos heróis e até mesmo a figura do mentor, que parecia ser um dos vetores de maior graça a julgar a divertida prévia exibida antes de Cegonhas, agora se porta tão diminuta quanto o tamanho dos bonequinhos. Pausas para mais conversas reflexivas genéricas acabam tornando a aventura mais cansativa do que deveria e que culmina num clímax desinteressado e pouco inventivo, ao contrário da hilária escala épica de LEGO Batman.

Uma vez que os gráficos visuais da Animal Logic persistem em surpreender tamanho realismo e que ver Jackie Chan em cena é sempre agradável, LEGO NINJAGO: O Filme pode não ter sido a melhor e mais empolgante brincadeira vista até agora neste universo LEGO, todavia não deixa de ser um bom motivo para se entreter com uma animação de qualidade.




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