A ganhadora do Oscar, Hellen Mirren, volta as telonas para novamente cativar o público com suas interpretações fortes e marcantes. Desta vez, Mirren se torna Maria Altmann, uma sobrevivente do Holocausto, que na vida real faleceu em 2011.
“A Dama Dourada”, que estréia esta quinta (13), é baseado no livro de mesmo nome de Anne-Marie O’Connor. A obra conta a história de como Maria decidiu processar o governo austríaco para recuperar o quadro “Woman in Gold”, de Gustav Klimt, retrado baseado em sua tia que foi roubado pelos nazistas durante a Segunda Guerra.
Dentre grandes artistas, Hellen não é a única a exercer seu papel de forma impecar. Ryan Reynolds, que logo irá vestir a roupa rubro- negra do anti-herói Deadpool, também se destaca e ainda conta com a presença de outros famosos, Tatiana Maslany (da série Orphan Black), Katie Holmes (conhecida por diversos filmes, um deles Batman Begins), Charles Dance (Tywin Lannister, de Game of Thrones), Daniel Brühl (de Bastardos Inglórios) e diversos outros.
As atuações e personagens principais fazem com que se torne fácil se emocionar e rir com o que acontece. A Dama Dourada não é apenas um filme histórico, mas algo para se distrair, conhecer mais sobre a segunda guerra mundial e, mesmo com o tema tenso, dar umas boas risadas.
O filme apresenta um roteiro curioso. O roteirista altera, a todo momento, o espaço em que sua narrativa é ambientada, fazendo saltos entre a década de 1980 e o início da ocupação nazista, que seria em 1920, mas os flashbacks não se tornam maçantes ou chatos, na verdade, a introdução dessas cenas fazem com que o telespectador consiga imergir e entender melhor a história de sofrimento não apenas de Maria, mas de todos os judeus que presenciaram aquele massacre.
Grande parte das locações foram feitas na própria Áustria, exaltando os seus pontos turísticos, a sua beleza escondida e os principais prédios e ruas históricas. Em alguns pontos a caracterização dos personagens deixa a desejar, não fazendo o público se sentir totalmente na década de 80, mas parecendo que tudo estava acontecendo em 2013, por exemplo.
Fora isso, o longa serve para se entender um pouco mais sobre surgimento dos nazistas, mostrando as perseguições e o medo dos judeus , sem passar a imagem de ser mais “um filme massante de história.”
Simon Curtis, o diretor do filme, é conhecido por produzir biografias, o seu último filme, destaque em diversas criticas, foi “Sete Dias com Marylin”, que trás características parecidas com a história de “A Dama Dourada”. Além do elenco, roteiro, história, o próprio Curtis é mais um motivo para o longa ser tão cativante. “O filme é um pequeno lembrete. O tema do antissemitismo tem sido muito debatido recentemente, e esta não é, de modo algum, uma questão apenas alemã. É um problema do mundo inteiro,” disse o diretor, em entrevista ao portal Adoro Cinema.
A história de Maria Altmann já foi adaptada uma vez pela BBC e a mesma emissora retornou para produzir a nova adaptação. Com tantos pontos interessantes, vale ressaltar os diálogos e sotaques, que foram trabalhados individualmente com cada autor.
“A Dama Dourada” é mais um filme que tem como objetivo manter a história viva, fazer com que o mundo não esqueça de um dos maiores crimes contra a humanidade.
Por: Junno Sena
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