“Blank Narcissus” é monólogo que começa na putaria e termina no ressentimento

Um diretor de filmes pornô de meia idade revê e comenta um filme que dirigiu em 1972, assim como o seu envolvimento com o protagonista


Avatar de Hernandes Matias Junior

É sábado à noite e resolvi dar uma chance para o curta-metragem “Blank Narcissus (Passion of the Swamp)” exclusivamente porque a foto de capa do filme é uma bela bunda magra à meia luz que achei bonita.

Dirigido por Peter Strickland, a obra mostra um filme pornô gay underground de 1972 sendo comentado pelo cara que o dirigiu. O início é interessante e cômico, com o protagonista Wade caminhando por um cenário de floresta improvisado em um apartamento, quando se senta para se localizar em seu mapa e de repente é surpreendido por uma rola de borracha que sai de um buraco em uma árvore, como se fosse um gloryhole.

Apesar de ter um apelo visual forte, pois estamos diante de um gay bonitinho que anda desatento por esses cenários à espera de rola, o grande atrativo de “Blank Narcissus” está auditivo.

As cenas vão sendo acompanhadas pelo monólogo do diretor que conta como conheceu Wade, seu encantamento por ele, a relação dos dois que começou em encontros casuais e depois foi para as telas, ao mesmo tempo que se consolidou fora delas.

Os dois mantinham um relacionamento e chegaram a morar juntos, mas aos poucos a relação foi esfriando, a distância aumentando, a apatia imperando no ambiente até o inevitável rompimento.

Tudo é contado em um tom de interessante lamúria pelo diretor, que hoje já não tem mais contato com Wade, esse homem que ele tanto amou.

O curta-metragem deixa o espectador querendo mais, desejando uma obra que conte essa história sem pressa, com tempo para se aprofundar.


“Blank Narcissus (Passion of the Swamp)”, Peter Strickland

Onde assistir: MUBI

Avaliação: 3 de 5.

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