“Bugcrush” gira em torno de Ben, um estudante do ensino médio que se vê irresistivelmente atraído por Grant, um novo aluno misterioso da escola. A narrativa evolui com uma aura de inquietação que se mantém presente ao longo do curta, causando uma sensação de que algo terrível irá acontecer a qualquer momento e, com isso, a obra consegue manter os espectadores à beira de seus assentos.
Desde os primeiros momentos do curta, uma sensação sombria e sinistra permeia a tela, criando uma tensão constante. O filme mistura habilmente elementos eróticos com uma atmosfera perturbadora, como se Grant fosse hipnotizante, causando terror e tesão em quem assiste.
Sentimos o desejo de intervir na trajetória de Ben, de alertá-lo sobre os perigos que cercam Grant, mesmo que não saibamos exatamente o que há de errado com o enigmático rapaz. A tensão e o desconforto são entrelaçados com maestria na narrativa, prendendo-nos na história, assim como Ben se apega a Grant, ignorando os sinais de perigo.
Quando Ben finalmente conversa com Grant, ele experimenta uma mistura de ansiedade, que é ao mesmo tempo positiva e negativa. Ele sente hesitação em algum lugar no fundo de sua mente, mas, por estar apaixonado por Grant, supera seus pensamentos negativos. Logo, Grant convida Ben para sua casa para se encontrar com amigos, e Ben, emocionado com o convite, aceita prontamente. Grant sugere que eles passem um tempo juntos em sua casa com os amigos, e Ben está entusiasmado com a ideia. Enquanto passa tempo com Grant e seus amigos, Ben fica feliz por perceber que Grant parece corresponder aos seus sentimentos. No entanto, Ben logo descobre um segredo perturbador de Grant e, infelizmente, não consegue evitar as consequências.
O curta-metragem vai se mostrando é um filme difícil de categorizar, pois transcende os gêneros tradicionais. É uma mistura de drama e horror psicológico, explorando as complexidades da sexualidade e da busca por aceitação. A atmosfera de desconforto é cativante, levando os espectadores a assistir mesmo quando desejam fechar os olhos diante das cenas perturbadoras.
O clímax do filme é um momento de angústia perfeitamente orquestrado, confirmando os temores do espectador em relação a Grant e seus amigos. No entanto, o filme não oferece respostas definitivas, deixando-nos com uma sensação de inquietação duradoura. Os trinta e cinco minutos de duração são intensos, deixando-nos com espaço para imaginar o destino de Ben, o que é uma escolha impactante.
O diretor Carter Smith conseguiu, com um curta-metragem que possui duração de pouco mais de 30 minutos, criar uma obra completa, que muitos filmes não conseguem fazer, mesmo com horas de duração. “Bugcrush” mexe com os sentimentos dos espectadores, fazendo se questionarem por que estão sentindo desejo em algo explicitamente repugnante.
“Bugcrush”, Carter Smith
Disponível para assistir de graça aqui
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