Enquanto escrevia sobre “Gran Turismo” foi pesquisar outros filmes que o diretor Neill Blomkamp entre este e “Chappie” sua última empreitada no cinema em 2015. Para minha surpresa, ele dirigiu muitos curtas metragens, mas apenas um longa em plena pandemia de 2021: um terror esquisito chamado “Na mente do Diabo”.
A premissa era promissora: Carly (a desconhecida Carly Pope) é uma jovem que visita a mãe em coma que está num experimento onde através de uma máquina, cria-se uma realidade virtual dentro de sua mente, como uma espécie de Metaverso. Carly deve entrar lá e descobrir o que houve com a sua mãe e então se depara com uma ameaça sobrenatural.
É quando a premissa aponta para um lado e o filme vai para o outro. Tudo o que se esperava não acontece para dar lugar a uma outra abordagem. Até aí sem problemas se essa abordagem fosse boa ou interessante, mas a história vai se enrolando até desembocar num terceiro ato de vale-tudo, inclusive com uma criatura que parece ter saído de um episódio de Jaspion.
Apesar do elenco ter entendido e comprado seu papel, o roteiro vai amontoando situações sem muita explicação e faz com que os personagens tomem decisões que fazem pouco sentido, daquelas meio suicidas.
A própria entidade tem um dos desfechos mais clichês dos últimos tempos, enquanto a mãe da protagonista começa como um elemento importante durante a trama para sair de fininho pela porta dos fundos.
O único erro que o diretor não comete é ter um desfecho com aquele tipo de susto besta que contamina até mesmo produções bem-feitas.
“Na Mente do Diabo” poderia ser um terror na “Matrix”, mas acabou fugindo do que a história tinha de melhor e sequer soube para onde ir. Deu no que deu.
Ficha Técnica:
Elenco:
Carly Pope
Chris William Martin
Michael J Rogers
Nathalie Boltt
Terry Chen
Kandyse McClure
Direção:
Neill Blomkamp
História e Roteiro:
Neill Blomkamp
Produção:
Mike Blomkamp
Neill Blomkamp
Stuart Ford
Linda McDonough
Fotografia:
Byron Kopman
Trilha Sonora:
Ola Strandh