Sobrenatural: A Porta Vermelha (“Insidious: The Red Door”)

Quem acompanha a carreira do ator Patrick Wilson, sabe que ele sempre foi muito versátil. Porém, foi no improvável gênero do terror que ele cravou sua audiência, vivendo dois dos personagens das franquias mais “quentes” da atualidade: Ed Warren do universo de “Invocação do Mal” e Josh de “Sobrenatural”, ambas as franquias em parceria com o diretor e produtor, James Wan, criador de ambas e de “Jogos Mortais”, sendo um dos diretores mais prolíficos de terror dos últimos 20 anos.

Essa parceria rendeu confiança suficiente para depositar nas mãos do ator a sua estréia na direção dessa derradeira (será?) parte da saga.

Só rebobinando um pouco: dentro da cronologia da franquia essa é a continuação direta da parte 2, visto que os dois filmes que vieram antes, “A Origem” e “A Última Chave” aconteceram antes dos eventos do primeiro “Sobrenatural”. O bom de fazer uma franquia de terror é que não dá para matar que já está morto, certo?

A melhor parte do filme é o início e como a premissa é estabelecida, onde Josh e seu filho, logo são hipnotizados para esquecerem tudo que aconteceu e, 10 anos depois, encontramos o casal já separado com Renai, sua esposa, o filho mais velho Dalton (que sofreu o coma no original) indo para universidade e Josh com problemas de cognição. Nessa salada de situações Dalton desperta o mal do Além (aquela dimensão dos espíritos) e então eles voltam para tentar buscar Dalton e seu pai.

Só o fato de TODO o elenco original estar de volta já é um grande êxito. Como diretor Patrick Wilson ainda está engatinhando. Ele investiu bem em alguns sustos que demandam mais tempo que a média, o que até torna mais interessante como abordagem. Soube construir bem as melhores partes do roteiro, como na cena do terceiro ato em que há uma espécie de sobreposição dos eventos da parte dois com o presente.

Por outro lado, encontra dificuldade em desenvolver os acontecimentos com mais consistência. Grande parte da história é um revezamento entre a dupla de protagonistas, Josh e Dalton, que estão em lugares diferentes, e as transições nem sempre saem a contento.

Piora um pouquinho rumo ao fim, pois na falta de coesão, apelam para um vale-tudo narrativo onde o espectador fica meio que sem saber a natureza de tudo o que está acontecendo e até parece que o embaralhamento das ideias é proposital para que se possa ter inúmeras continuações sem se preocuparem com o como o mal volta.

Fora o fato de que a gente nunca sabe qual é o lance daquele demônio de patente mais alta que parece o filho abortado do Darth Maul.

Sobrenatural – A Porta Vermelha” é puro suco de nostalgia que retoma o melhor da franquia, mas roteiro e direção se enrolam na construção e conclusão da história com aquele conceito de Além que nunca fica claro para ninguém, onde é melhor complicar do que explicar. Ah, tem uma ceninha pós créditos.

Curiosidades:

  • No trailer aparece a legenda “10 anos depois”, mas no filme a legenda aparece como “9 anos depois”, mas há uma cena em que Josh fala que já se passaram 10 anos.
  • Quem canta a música que toca nos créditos finais é o próprio Patrick Wilson em parceria com a banda Ghost. O nome da música é Stay que originalmente foi gravada pela banda Shakespeare’s Sisters.
  • O compositor Joseph Bichara responsável pela trilha sonora, topou a brincadeira e participou do filme como um dos demônios.

Ficha Técnica:

Elenco:
Ty Simpkins
Patrick Wilson
Rose Byrne
Lin Shaye
Leigh Whannell
Sinclair Daniel
Hiam Abbass
Andrew Astor
Juliana Davies
Steve Coulter
Peter Dager
Justin Sturgis
Joseph Bishara
David Call
Robin S. Walker
Angus Sampson

Direção:
Patrick Wilson

História e Roteiro:
Leigh Whannell
Scott Teems

Produção:
Jason Blum
Oren Peli
James Wan
Leigh Whannell

Fotografia:
Autumn Eakin

Trilha Sonora:
Joseph Bishara
Brian Tyler

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