Três homens em conflito (1966)

Países: Itália, Estados Unidos, Espanha, Alemanha

Duração: 2  h e 58 min

Gênero:  Faroeste

Diretor: Sergio Leone

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0060196/

Mais de 50 anos após o seu lançamento, “Três homens em conflito” ou “O bom, o mal e o feio” continua sendo considerado uma referência quando tratamos do gênero faroeste ou western. Uma história interessantíssima, que imortalizou Clint Eastwood (um dos protagonistas), Sergio Leone (o diretor) e Ennio Morricone (o compositor da trilha sonora). O filme em tela é um dos mais bem-sucedidos filmes do faroeste spaghetti, gênero que nasceu na Itália na década de 60 e aliou o tradicional faroeste americano ao toque despojado dos italianos. “Três homens em conflito” (1966) faz parte da “Trilogia dos dólares” junto com “Por um punhado de dólares” (1964) e “Por uns dólares a mais” (1965), do mesmo diretor. Essa foi uma das trilogias mais famosas do cinema. Os três filmes têm o mesmo protagonista: um pistoleiro loiro e sem nome, sempre com um cigarro na boca e interpretado pelo famoso Clint Eastwood (na época, em torno dos 35 anos de idade). Em “Três homens em conflito“, ele é “o bom” e é chamado de Blondie, traduzido para o português como “loirinho”.

O filme conta a história de uma “caça ao tesouro”, na qual três pistoleiros, o bom, o mau e o feio – caçadores de recompensas e/ou contraventores do velho oeste – “se juntam” para procurá-lo. Em meio a diversos conflitos entre eles, o filme chega a um final apoteótico e inesquecível (toda a cena do cemitério não tem preço). O personagem de Eli Wallach (que faleceu no período da copa do mundo de futebol de 2014, sediada pelo Brasil) atrai as atenções e é de longe o mais interessante do filme. Tuco (o feio) é folgado, traiçoeiro, desajeitado e muito esperto, mas ingênuo em algumas passagens. Lembro que as relações entre os três protagonistas são desprovidas de confiança, e isso leva a situações inusitadas, principalmente quando Tuco e Blondie interagem, pois a lei da ação e reação age o tempo todo.

Logo de cara, mesmo o espectador menos atento nota um estilo de filme completamente diferente, com muitos closes – até nas armas – e com uma sinergia enorme da história com a trilha sonora de Ennio Morricone, ganhador do Oscar de melhor trilha sonora em 2016, aos 86 anos, pelo filme “Os 8 odiados”, de Quentin Tarantino – um momento de muita emoção e nada mais justo para um gênio em final de carreira e de vida. A música tema do filme todos já ouviram pelo menos uma vez na vida, e ficou conhecida como a “música do assobio”. Ela praticamente se confunde com o gênero faroeste. Nota-se que há trechos da música tema que têm diversos arranjos ao longo da narrativa e são tocados pelos mais diversos instrumentos musicais. Esse é um dos motivos pelos quais a trilha sonora “cola” na mente das pessoas. Além da música principal, há outras músicas espetaculares. Destaco a música “O êxtase do ouro“, que é tocada durante a corrida de Tuco no cemitério – ela até foi regravada em ritmo de rock n’ roll pelo Metallica.

Tendo como pano de fundo a Guerra Civil Americana – ou Guerra da Secessão -, no século XIX,  os protagonistas interagem a todo momento com soldados, e isso representa mais um dificultador para chegarem ao objetivo final: encontrar o dinheiro (200 mil dólares em moedas de ouro). Blondie e Tuco são os verdadeiros protagonistas, pois aparecem na maioria do tempo da narrativa. O personagem Angel Eyes – ou o “mau” -, interpretado pela lenda Lee Van Cleef, aparece como a representação do bandido malvado, em contraponto ao bandido Blondie, que possui humanidade – e por isso é considerado o “bom” -, e ao bandido Tuco, que possui um cifrão em seus olhos, mas é tão engraçado que consegue a empatia do público. Como visto, os três são bandidos – essa é uma característica marcante do faroeste spaguetti, que Sergio Leone soube explorar com maestria, ao prover diferenças de caráter entre eles e assemelhá-los apenas pela cobiça e ganância. Isso gera uma torcida automática pelo personagem de Clint Eastwood.

Apesar de não ter conseguido prêmio importante algum, “Três homens em conflito” ganha a empatia do espectador logo nos primeiros 10 minutos – que não possuem diálogos -, apenas pela estética do filme e a forma como os personagens são apresentados. Olhando-se em sites especializados, veem-se notas e conceitos altíssimos e críticas bastante passionais – inclusive a minha. Não tem como não se divertir bastante com esse maravilhoso filme. Sou suspeito para recomendar, pois é meu filme favorito, mas podem assistir sem medo. É satisfação garantida ou seu dinheiro de volta!

Abaixo seguem a música tema, o trailer e o filme completo em português (com boa qualidade).

Adriano Zumba

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