Mom (2017)

País: Índia

Duração: 2 h e 26 min

Gêneros: Drama, thriller

Diretor: Ravi Udyawar

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt5690142/


Mãe.

Biologicamente, é aquela mulher que concebe um ou mais filhos. Emocionalmente, é aquela mulher que denota segurança, carinho e amor incondicional; que é capaz de doar a sua felicidade; que, em situações de perigo, busca forças de onde elas não existem – tudo isso pelos seus filhos, consanguíneos ou não, pelos quais ela pode entregar até a sua própria vida. Dois conceitos que são válidos pelas diversas situações que a vida impõe às pessoas. O filme em tela exemplifica um dos conceitos de forma parcial e reforça completamente o outro.

A protagonista se chama Devki e é interpretada pela atriz Sridevi, cuja atuação monstro destaco prontamente. No filme, ela assume 3 papéis: professora de biologia, esposa e mãe – nada muito diferente de uma mulher moderna que trabalha fora de casa. Devki é casada com Anand, o qual está no seu segundo casamento – a narrativa não mostra o paradeiro de sua primeira esposa; aparentemente ele é viúvo. Ele é pai de duas filhas, frutos de sua primeira união: Arya e Priya. A linha narrativa principal consiste em colocar uma das filhas de Anand, Arya, em uma situação delicada e testar o amor de sua madrasta Devki, mostrando até que ponto uma “mãe” pode chegar por sua “filha”.

O roteiro transita muito bem pelo drama e o suspense, pois esses dois gêneros se misturam em praticamente toda a duração do filme. Apesar de ser um roteiro bem simples, linear e sem inovações, é um roteiro competente no que se propõe a mostrar: a princípio, um drama familiar – pela rejeição de Arya a sua madrasta -, seguido de crimes, julgamento, injustiça e vingança. Notei bastantes semelhanças com um filme chamado “So-won” (2013), que já foi objeto de crítica neste blog – a diferença maior é que o personagem principal do filme coreano é o pai. Por falar em Coreia do Sul e também na temática da vingança, na qual os diretores coreanos são especialistas, com filmes crus e bastante violentos, “Mom” é um filme de vingança à moda da terra dos elefantes: pouco sangue, muito drama, sentimentos e emoções saltando aos olhos – nada mais do que o esperado para uma produção indiana.

A atuação de Sridevi (Devki) ofusca quase todos os outros personagens, com exceção de Arya, interpretada por Sajal Ali, que também merece muito destaque. Sridevi, que ficou vários anos ausente do cinema, voltou recentemente e mostrou todo o seu repertório interpretativo na pele da protagonista Devki. Um mulher doce e amorosa no trato com sua família, rígida em seu ofício e que alterna força, sensibilidade e inteligência para fazer justiça com suas próprias mãos, ao ver a integridade física e a honra de sua enteada – um valor muito importante na sociedade indiana – serem atingidas. Perspectiva de muitos prêmios de melhor atriz nos festivais em que Sridevi for concorrer em 2018, por sua atuação em “Mom“.

Apesar da simplicidade narrativa, uma maquiagem horrível (no personagem DK) e alguns clichês, “Mom” proporciona tensão, angústia e algumas lágrimas de emoção, que transmitem alegria, tristeza e alívio. É um misto de sentimentos que, mais uma vez, um diretor indiano soube possibilitar a seus espectadores. É mais um filme que tenho a satisfação de recomendar a todos, para que adentrem no especial universo do cinema indiano, com suas belíssimas músicas e temáticas impactantes.

O trailer segue abaixo

Adriano Zumba


5 comentários Adicione o seu

  1. Alexandre Marcello de Figueiredo disse:

    Drama, injustiça e vingança. Ótimo filme.

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