À procura da felicidade (2006)

Título original: The pursuit of happyness

País: Estados Unidos

Duração: 1 h e 57 min

Gêneros: Biografia, drama

Diretor: Gabriele Muccino

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0454921/


A felicidade nunca esteve tão em voga. E, na era das vitrines sociais, ainda mais importante que a felicidade genuína é parecer feliz; mostrar-se #pleno – por mais que a alma esteja em pedaços.

Mas foi ainda no século XVIII, quando esboçou a Declaração de Independência dos Estados Unidos, que Thomas Jefferson estatuiu a busca pela felicidade como um direito inalienável dos homens, e foi ainda na década de 80 do século passado, quando a própria Internet era pouco conhecida, que Christopher Gardner decidiu fazer valer o seu direito de ser feliz, escrevendo, assim, a história narrada nesta cinebiografia que dá uma verdadeira #surra de resiliência, um soco no estômago das nossas queixas de cada dia.

“À procura da felicidade” tem, portanto, um roteiro que encontra seus méritos na própria realidade. Toda a imaginação que poderíamos esperar de Steven Conrad, que assina o roteiro, já havia sido requerida do protagonista pela própria vida quando a sua história chegou aos telões. O filme é baseado no livro homônimo do Chris Gardner da vida real, interpretado por Will Smith e hoje um bem-sucedido empresário americano.

Na película, Chris se atola em problemas financeiros depois de investir todas as suas economias em equipamentos médicos que não consegue vender como esperava por serem caros e considerados um luxo. E, à medida que as suas dívidas se amontoam, avolumam-se também as desavenças entre ele e sua esposa, que por fim o abandona deixando para trás também o filho deles, um garoto de cinco anos de quem Chris – que só conheceu seu pai aos vinte e oito –, a despeito de todos os problemas, não abre mão.

Na parede da creche onde ele deixa a criança todos os dias enquanto luta por sua sobrevivência, assim como no título original do filme, há um proposital equívoco quanto à grafia de felicidade – ali escrita com y, e não com i, como deveria (happyness, em vez de happiness) –, e o nosso personagem principal se pergunta se também ele não está enganado… se esse tal sentimento não é algo que se pode apenas buscar sem nunca conseguir. A dúvida, no entanto, não o detém: à procura da felicidade, Christopher aceita um estágio não remunerado em uma corretora de valores onde as pessoas lhe parecem contentes, apesar de suas dívidas tampouco se deterem e levarem-no inclusive a ser despejado e preso. Sua jornada passa, então, por abrigos, pelas ruas e até pela prisão.

Diz-se, não obstante, que quem perde o teto ganha as estrelas. E talvez felicidade seja mesmo muito mais um estado de equilíbrio que de euforia; essa capacidade de enxergar o que existe quando o mais falta – ou de fazer de um banheiro público um abrigo antidinossauro. E talvez precisamente por isso nos seja tão difícil encontrá-la… porque a poucos lugares temos tanta dificuldade em chegar quanto dentro de nós mesmos.

O trailer, com legendas em português, segue abaixo.

aDriano zuMba


Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.