Tiger Zinda Hai (2017)

Título em inglês: The Tiger is alive

País: Índia

Duração: 2 h e 41 min

Gêneros: Ação, aventura, thriller

Elenco Principal: Salman Khan, Katrina Kaif, Anupriya Goenka

Diretor: Ali Abbas Zafar

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt5956100/


Há alguns dias, publiquei um artigo aqui no blog sobre o declínio intelectual do cinema americano, o qual pode ser visto clicando-se aqui. Critiquei bastante o foco em blockbusters e filmes de super-heróis, como sendo produções sem conteúdo e que visam apenas ao lucro e ao entretenimento fácil. Sei que o cinema indiano é altamente comercial, porém seus roteiros são bastante críticos, reflexivos, culturais e emocionantes. Aprecio bastante! Sou fã de carteirinha! No entanto, tenho que admitir que “Tiger Zinda Hai” é um filme indiano “americanizado”. Até a única música coreografada que há no filme tem um ritmo que lembra o black – um ritmo tipicamente americano. Ademais, o roteiro lembra sobremaneira o ganhador do Oscar em 2012, “Argo“. Não desmerecendo “Tiger Zinda Hai“, pois é um filme muito apreciável, mas a identidade indiana, que aparece a todo momento nas produções cinematográficas do país, deve ser, a todo custo, preservada, pois esse é o seu diferencial em relação à maneira de fazer cinema do restante do mundo. É por conta dessa identidade que o cinema indiano é especial!

Eis a sinopse: “Quando algumas enfermeiras 25 indianas e 5 paquistanesas são mantidas reféns no Iraque pelo militante Abu Usman, que lidera um grupo terrorista sírio, a inteligência indiana (RAW) rastreia o agente recluso Tiger, que fugiu há 8 anos com a ex-agente da inteligência paquistanesa  (ISI) Zoya. Juntando forças em nome da humanidade, Tiger e Zoya lideram uma equipe de agentes da RAW e ISI para entrar secretamente no hospital onde as enfermeiras estão presas e resgatá-las em segurança antes de um ataque aéreo americano explodir o local.”

Apesar da minha repreensão inicial, há bastantes aspectos dos quais gostei. É um filme que proporciona diversão – há dias em que o espectador deseja um filme assim, fácil. Os mocinhos do filme, Tiger e sua esposa Zoya, que também é agente secreta, só que paquistanesa, não possuem superpoderes ou forças desproporcionais, como já vi inúmeras vezes em produções similares do país, entretanto há alguns exageros que não passam despercebidos pelos olhos do público. Mesmo assim, a obra é bastante apreciável pela concessão de mais realidade e menos fantasia à narrativa. O roteiro flui naturalmente, sem esforço, de modo que as quase 3 horas de filme passam sem percebermos. O plano de resgate é bem inteligente, sem situações mirabolantes e sem apelar para casuísmos para dar certo. Os terroristas são cruéis, porém pouco inteligentes, pois há diversas oportunidades para exterminar os agentes secretos que, simplesmente, são abandonadas. Isso me cheira a continuações. É bom lembrar que “Tiger Zinda Hai” já é continuação de “There was a Tiger” (2012), e continuações sucessivas minam o interesse dos espectadores.

Há um aspecto que me chamou a atenção e ao qual preciso até tecer um elogio. Em algumas situações, principalmente no início do filme, há a presença daquelas velhas rusgas entre personagens indianos e paquistaneses, por conta das feridas provocadas pela história dos dois países, porém, com o desenrolar da narrativa, o sentimento de humanidade fala mais alto e os dois lados lutam juntos em prol da mesma causa. É bom lembrar também, que Tiger é indiano e Zoya é paquistanesa, ou seja, existe amor entre “inimigos” na narrativa. Assisto a muitos filmes indianos e uma situação análoga a essa não vem a minha mente, pelo menos nesse momento. Até a nacionalidade dos terroristas mudou – normalmente são paquistaneses, quando se trata de uma produção indiana. Uma grata e excelente surpresa!

No fim das contas, é um filme envolvente. A montanha de músculos, que atende pelo nome de Salman Khan, tem uma atuação convincente e carismática, como sempre, apesar de, às vezes, lembrar o Rambo – também americano -, faltaram só o cabelo grande e a fita vermelha na cabeça (vide a cena da metralhadora no final do filme). Katrina Kaif acompanha a mesma linha de atuação, além de conceder sensualidade e beleza à narrativa. Apesar de destoar do jeito indiano de fazer cinema, proporciona boas horas na frente da telinha – ou da tela grande. “Tiger Zinda Hai” é um típico filme comercial, um blockbuster, porém, é um ótimo filme de ação, que recomendo a todos!

O trailer segue abaixo.

Adriano Zumba


4 comentários Adicione o seu

  1. Estefania Souza disse:

    Zoya é uma agente paquistanesa e não indiana.

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    1. Ops, é mesmo. Obrigado Estefânia, vou consertar nesse instante.

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