Viva (2015)

País: Irlanda

Duração: 1 h e 40 min

Gênero: Drama

Elenco Principal: Héctor Medina, Jorge Perugorría, Luis Alberto García

Diretor: Paddy Breathnach

IMDB: https://www.imdb.com/title/tt4334482/


Opinião: “Uma grande realização iminente ou a mais almejada, mas distante e difícil, vitória. Que a resposta venha do coração!”


Citação: “Quando eu entro no palco, sinto-me forte, sincero. Canto com a alma. Nunca antes me senti assim. É a música!


Viva mais uma história infelizmente banal, mas importante e sempre oportuna. Viva mais uma ode à família, mas com ares de redenção. Viva a música, viva a resiliência, viva a compreensão, viva a dignidade, viva a emoção, viva o amor, viva a vida, viva até a dor, e, finalmente, viva Viva: um personagem encantador originado do fundo da alma de Jesus, que não é Cristo! A sinopse explicará melhor essa última frase. Ei-la abaixo:

A história se passa em Havana, Cuba. Jesus é um jovem homossexual, órfão de mãe e abandonado por seu pai desde os 3 anos de idade. Ele trabalha como cabeleireiro e prepara, com muita competência e cuidado, as perucas utilizadas por travestis que dublam artistas cubanas e suas mais belas canções em uma casa noturna administrada pelo também travesti, Mama. Ao perceber a oportunidade de atuar também em cima do palco travestido como cantora, Jesus dá vida ao personagem Viva, o qual obtém rápido sucesso, mas o inesperado aparecimento de seu pai, Angel Gutierrez, um ex-boxeador e alcoólatra, impõe uma nova realidade à sua vida, a qual ele terá que se adaptar em nome de seus anseios mais íntimos.

Ao contrário do que se possa imaginar, “Viva” não utiliza a temática do homossexualismo como sua mola propulsora, entretanto, é inegável que se trata de um assunto importante dentro da narrativa, pois influencia algumas atitudes dos personagens. Depreende-se que não é um filme que exibe mais do mesmo: a luta nua e crua de um personagem não heterossexual por algum objetivo – ou mesmo por dignidade -, dado o preconceito proporcionado por sua orientação sexual, como já temos visto em incontáveis e laureados filmes, principalmente nos últimos anos. Essa temática já se tornou até usual pelo contexto em que vivemos no mundo moderno. A questão em “Viva” é bem mais profunda: a família – ou a falta dela, ou a chance de reuni-la novamente, considerando uma conjuntura adversa, que apresenta como característica a presumida impossibilidade de coexistência entre dois sonhos bastante desejados por seu protagonista.

O principal ponto de interesse é a relação entre pai e filho. De um lado, um personagem rude, Angel. Do outro um personagem delicado, Jesus. Entre eles um forte personagem dentro do personagem, Viva, que funciona como um tipo de elo entre pai e filho. Viva representa sentimentos exteriorizados por suas interpretações, pela letra das músicas as quais dubla no palco. Viva é puro coração, é o canal de comunicação da alma de Jesus com o mundo exterior, e, inadvertidamente, com seu pai. A narrativa já difere do convencional pela aceitação da homossexualidade de Jesus por Angel. Os problemas são instalados, respectivamente, pela não aceitação da exposição do filho como travesti e pela interferência do pai em uma realização particular que transitava em um viés de consolidação. Nesse âmbito, Angel introduz toda a problemática por seu súbito aparecimento e suas percepções e atitudes, e Jesus é o responsável pelos caminhos trilhados pela narrativa considerando a falta que a figura paterna – ou a família, já que ele é órfão – tem ocasionado e o encontro de um sentido satisfatório para sua vida. Jesus é carente de amor e isso é um grande problema!

O roteiro simples encontra guarida para uma reviravolta bem interessante, propiciada por Angel, que é responsável pelas maiores doses de emoção da história e modifica o tom do filme para o melodrama em seus últimos momentos, porém, é inegável que essa transformação de conjuntura transmite um turbilhão de sentimentos. A profundidade com que as temáticas foram trabalhadas dá lugar a objetividade e promove um final bastante digno e dotado de uma beleza impressionante. Com atuações excepcionais de seus intérpretes, principalmente de Héctor Medina (Jesus/Viva), “Viva” exterioriza, através da música, a voz mais pertinente que o ser humano pode fazer ecoar aos quatro ventos: a voz do coração, e sensibiliza na medida certa, promovendo uma emocionante experiência cinematográfica a seus espectadores. Vale a pena conferir.

O trailer, com legendas em inglês, segue abaixo.

Adriano Zumba


2 comentários Adicione o seu

  1. Zeca Fonseca disse:

    💗 FILME COMPLETO NO YOUTUBE 🏳🌈

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    1. Obrigado pela contribuição, Zeca.

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