Cinema: Cidades de Papel

Maturidade: Cidades de Papel surpreende na história

Maturidade: Cidades de Papel surpreende na história

Honesto. Esta palavra define muito bem a história que gira em torno de Cidades de Papel, mais um filme baseado em uma obra de John Green, pegando carona no imenso sucesso que foi A Culpa é das Estrelas. Quando eu digo honesto, me refiro a maturidade que o roteiro apresenta. Esqueça o romance meloso. Aqui, nessa bela história, você com certeza vai rir (muito), vai se emocionar (talvez chorar, dependendo da pessoa) e em algumas vezes você vai engolir em seco, tamanha a honestidade empregada nos diálogos. Cidades de Papel fará até você se identificar com alguns acontecimentos, e isso tudo que foi dito já é o bastante para mostrar que o filme é muito acima da média, e que merece ser apreciado.

Na história, somos apresentados ao personagem Quentin, ainda criança, que se apaixona no primeiro instante em que vê Margo, quando ela está chegando de mudança. Os dois cresceram juntos desde a infância e Quentin sempre alimentando a paixão. Os anos passaram e eles se distanciaram, até que em uma noite Margo invade o quarto de Quentin, pedindo ajuda para se vingar do ex-namorado que a traiu, relutante no início, Quentin aceita ajudar. Vingança realizada, porém, no outro dia, Margo foge não se sabe para onde.

Nesse momento, Quentin começa a achar algumas pistas que teoricamente Margo deixou para ele a encontrar. É nesse momento que o roteiro do filme mostra uma maturidade incrível, quando em meio a viagem com os amigos para encontrar Margo, saem ótimos diálogos sobre os anos de amizade de colégio; aventuras que os amigos viveram juntos; a separação deles, já que farão faculdades diferentes e a falta que farão um ao outro. Amizade e amor são mostrados de maneira bastante forte, porém em momento algum soa piegas. Na parte do amor, o filme é forte como o excelente (500) Dias Com Ela.

Uma coisa bem legal de Cidades de Papel é que ele se parece muito com um filme da década de 80 e 90. Se nas décadas passadas, John Hughes dialogava tão bem com os adolescentes, aqui temos John Green. Na viagem que os jovens fazem a procura de Margo, os diálogos até nos fazem lembrar do clássico Clube dos Cinco. Sem falar do final do filme, com todo o clima do filme Conta Comigo. Há, e os fãs de Pokémon fiquem atentos, uma cena sensacional envolvendo o clássico desenho dos anos 90.

Cidades de Papel se destaca por não ser mais um filme de adolescente com baboseiras e coisas do tipo, e sim um filme que dialoga de maneira clara e verdadeira com o espectador, sem ter medo de jogar a realidade dura dos sentimentos. Imperdível.

Nota 9

Paper Towns, 2015. Direção: Jake Schreier. Com: Nat Wolff, Cara Delevingne, Austin Abrams, Justice Smith, Halston Sage, Jaz Sinclair, Cara Buono, Josiah Cerio, Hanna Alligood. 109 Min. Drama.

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