Em um mundo onde a tecnologia e a intolerância fazem parte da nossa realidade, um filme que acaba falando dos dois deixa sua marca. Pelo menos foi isso que o jogo da imitação fez comigo. Assisti o filme a um mês atrás e até hoje aquelas últimas cenas me marcam, e me fazem pensar o quão injusto e ignorante nosso mundo é. Precisamos aprender que nossas opiniões, crenças e achismos não são superiores a vida de seres humanos, e que ser diferente é o que faz com que nosso mundo avance cada dia mais.

O longa conta a história de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático inglês líder de um grupo de criptografistas que foram responsáveis pela quebra do código nazista, salvando milhões de vidas (talvez até a sua!). Alan criou um super computador capaz de decifrar esses códigos, seu computador também é a base para todos os computadores que usamos atualmente. Além de um gênio da matemática, Alan era homossexual, considerado crime na época, o que fez com que ele tivesse conflitos internos e escondesse sua sexualidade. A trama do filme circula entre esses dois eixos da vida de Alan, e o quanto uma influenciou sobre a outra. O filme também conta com uma forte mensagem feminista, passada pela personagem Joan Clarke, interpretada por Keira Knightley, que sofre preconceitos por ser uma mulher inteligente em um mundo onde apenas homens são vistos em trabalhos ditos “intelectuais”. Joan, além de passar sua mensagem no filme, contribui para a humanização de Alan, que é um homem um tanto frio, visto toda a repressão sofrida pelo mesmo.

Além da belíssima história, que merecia ser contada, o filme conta com ótimas atuações, incluindo meu queridíssimo Benedict Cumberbatch ( ❤ ), e a belíssima Keira Knightley (que mexe comigo desde orgulho e preconceito), além de uma fotografia impecável, e trilha sonora emocionante, que completa o filme perfeitamente.

Ganhador do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, o roteirista do longa, Graham Moore, fez um dos melhores discursos da noite do Oscar (discurso abaixo), surpreendendo a todos e arrancando aplausos da platéia.

“Quando tinha 16 anos tentei me matar porque sentia que não me encaixava em lugar nenhum. Esse prêmio vai para todos os jovens que acham que não se encaixam em lugar algum e que acham que são estranhos, continuem estranhos e quando vocês estiverem nesse palco no futuro, passem essa mensagem para os jovens na próxima geração”

Com certeza o longa é uma boa pedida para os amantes de dramas e cinebiografias, e ótimo para conhecermos mais esse gênio tão importante, mas tão injustiçado em sua época e desconhecido pelo público em geral. O filme me rendeu muitas lágrimas e com certeza mereceu o Oscar, e já está garantido na minha coleção de DVDs <3.

Nota:  ❤ ❤ ❤ ❤ ❤

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