True Story

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Jonah Hill é Michael Finkel e James Franco é Christian Longo. True Story é mesmo uma história verdadeira. Qualquer filme sobre assassinos psicóticos me interessa. Jonah Hill e James Franco não seriam minha escolha para um drama policial, mas como não sou cineasta e não mando em nada, aceitei os dois e assisti torcendo para que o filme fosse tão bom quanto Zodíaco (pois é, Zodíaco é a minha medida de comparação para filmes assim).

Finkel é um jornalista mentiroso que gosta de dar um jeitinho para que uma matéria fique exatamente como ele precisa que fique. Isso até poderia ser normal se ele não desfrutasse de uma ótima fama e popularidade, e não trabalhasse no jornal mais reconhecido no mundo, o The New York Times. Depois de uma escorregada grande e uma mentira pouco inocente, Finkel perde o emprego e a notoriedade. De um grande jornalista, ele vira apenas um desempregado sem credibilidade. É neste momento que Christian Longo surge em sua vida. Longo estava foragido, e foi encontrado no México. Ele havia assumido uma nova identidade: dizia ser Michael Finkel, jornalista do NYT. Por conta dessa esquisitice, Finkel vai atrás de Christian. Depois de algumas visitas ao presídio, e sabendo um pouco mais da história de Longo, um laço se estabelece. Christian Longo está sendo acusado de matar a mulher e os três filhos. Ninguém acredita em sua inocência, e é nisso que Michael Finkel se agarra. Ele se identifica com o assassino, que assim como ele está sendo crucificado por algo que diz não ter feito. Além do mais, ele precisa acreditar na versão de Longo pois vê nessa história uma segunda chance. Pois é, esse motivo poderia até convencer, mas acabou ficando um pouco fraco. Pareceu uma coisa meio “o nome da minha mãe também é Martha”.

Deixando isso de lado, o que mais me empolgou em True Story foi o clima de drama policial dos anos noventa. Pode ser que isso seja motivo para uma pessoa desistir de um filme, mas para mim isso o transforma em algo especial, porque eu, afinal, já consumi muito Supercine. A ideia de unir uma história de crime com jornalismo pode entendiar também, de tanto que já foi usada, mas acho que o diretor – Rupert Goold, que eu não conhecia – tem sucesso em deixar o espectador preso até o último minuto, mesmo sem muito suspense e nenhum susto. Outro ponto positivo foi a surpresa da personagem da Felicity Jones, que faz a esposa do Jonah Hill. Quando ela visita o assassino no presídio, eu senti que estava sendo enganada e que aquele filme ali ia enveredar por um caminho muito comum: o clichê do bandido sedutor que consegue manipular todos os que estão em volta. Foi o contrário, e mesmo não sendo nada de mais eu vibrei por dentro. É muito bom achar que já entendeu tudo e então receber uma surpresa positiva.

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Ainda assim True Story não chegou a me entusiasmar, por um motivo em especial. O James Franco é muito difícil de engolir. Não me entenda mal, eu o adoro, e assisti um bom número de filmes e até mesmo uma série (Freak and Geeks, que é ótima!) com ele. Mas acho que nunca tinha parado para pensar que quase todos os filmes que eu vi com Franco no elenco eram comédias ou dramas românticos. Foi complicado acompanhar True Story e ver naquele maluco um homem que assassinou a família. Quando ele queria falar sério ou parecer misterioso, eu ficava pensando que, na próxima cena, ele iria sacar um cigarro de maconha e falar uma asneira nonsense. Em momentos como esse eu percebo que atuação é pelo menos metade de um filme. Eu me pegava pensando, por exemplo, que o Paul Dano seria uma boa opção, mas de novo, não sou cineasta e não mando em nada. No cinema, não é nenhuma novidade que um ator muito preso a um gênero tenha sucesso em outros, mas Franco parece levar a esse papel que era para ser sério, enigmático, cheio de nuances, aquela mesma cara apática e chapada que ele levou ao Oscar que ele apresentou ao lado da Anne Hathaway. Já Jonah Hill apresenta aquela versatilidade que não é novidade nenhuma para quem viu O Lobo de Wall Street.

True Story não é um dos melhores filmes sobre assassinos e casos de assassinato, mas mesmo assim pode valer a sua atenção, se você gosta de coisas como Zodíaco, que eu já citei, As Duas Faces de um Crime, ou de qualquer longa com Denzel Washington. O andamento aqui é um pouco devagar, o diretor foge do ritmo de thriller, mas a lentidão de True Story em nenhum momento atrapalha, acho até que só nos deixa mais curiosos. Por isso, a falta de sustos e de ação faz com que ele consiga se destacar num mar de filmes que se sustentam nas cenas finais com muito pânico e pavor. Para mim, esse filme quis ser uma reflexão sobre a verdade e a honestidade, mas ele precisava acreditar um pouquinho mais em suas próprias qualidades para ser memorável.

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