Diziam que Shyamalan havia ressurgido das cinzas com o seu A Visita, não pestanejei e pensei: Vamos ver então o que há, porque logo após este filme já estava confirmado um outro filme fazendo rebuliço na mídia, o Fragmentado. Depois de A Vila no longínquo 2004, seu conceito de Plot Twist já estava defasado e muita gente cansada de ser “enganada” com seus filmes. Suas obras nos últimos 10 anos apanharam da crítica e de seus telespectadores fazendo-o perder a moral que tinha. Mas com a Visita ele recuperou o respeito, saiba porquê nesta rezenha crítica.

O filme conta a história de um garoto (Ed Oxenbould) e sua irmã, que são mandados pela mãe (Kathryn Hahn) para visitar seus avós que moram em uma remota fazenda em uma cidade do interior (Bem típico! ksks). Não demora muito até que os irmãos descubram que seus avós estão envolvidos com coisas profundamente perturbadoras e bizarras, que podem colocá-los em perigo.

A Visita não apela, desenvolve-se no tempo certo com sua duração de 94 minutos. Não começa agitado e também não termina na correria cheia de cortes para “dar o tempo de duração”. É tudo muito bem dirigido e roteirizado, no ponto certo. É filmado com a moda do momento, em Found Footage.

Não sei se você leitor já assistiu Sinais do mesmo Shyamalan? Tem uma cena típica que até hoje me dá calafrios. Na época assistindo em VHS com um amigo, onde no contexto estão mostrando várias aparições de ET’s pelo mundo, justo no Brasil um aparece de fundo em um churrasco ou coisa assim, rapaz aquela cena bem do nada fez nós grudar na cortina na época. E tem uma bem parecida no longa, onde ali já sacamos que o indiano acertou a mão.

A dupla mirim e o casal de senhores interpretam de forma muito convincente seus respectivos papéis, principalmente os idosos, são deveras convincentes, dão medo, te deixam tensos com aqueles olhares maquiavélicos misturado a melancolia.

Nem tudo é terror, até porque ali tem crianças muito bem humoradas, ou seja, existem alguns alívios cômicos pontuais que humanizam o filme e mostra que não é só terror, o filme tem um roteiro com àquele desenvolvimento já citado e que merece destaque, com excelentes diálogos.

Com o passar do filme somos apresentados aos medos e traumas que as crianças tem em virtude do abandono de seu pai biológico, e o que é preciso para superá-los, achei que entregaram algo surpreendente aqui, se você olhar com uma óptica mais profunda e analisar por alguns minutos, vai achar incrível.

Se eu não desse notas com números inteiros, daria 3.5, seria a nota mais justa, mas para não cometer injustiça e dar um 3 pois ficaria abaixo do que o filme realmente é, nada mais justo que um 4 danadão. Assistiria ele de novo sem pestanejar. Garantia de alguns bons sustos e uma história que vai te prender na cadeira sob uma tensão que há tempos pelo menos eu não sentia. E digo mais, existem várias cenas memoráveis, depois que assistirem podemos dissertar sobre…

Minha nota é 4/5.

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